As ações da Vale precificam um efeito monetário de danos relacionados a risco de volume de produção, provisões adicionais, questões de ESG, entre outros, de cerca de US$ 18 bilhões, segundo estimativas de analistas do BTG Pactual, em relatório nesta quarta (18).
Assim, mesmo um acordo bilionário pelo desastre de Brumadinho (MG) poderia representar uma fração dos danos precificados, o que dá espaço para as ações da empresa continuarem se valorizando, após um recorde histórico marcado pelo papel na segunda, acrescentou a análise do banco.
O cálculo sobre a precificação de danos, segundo Leonardo Correa e Caio Greiner, está baseado em um múltiplo de 4,5 vezes a meta de Ebitda para 2021, que, na visão deles, ainda reflete um nível de risco elevado, bem como desconto relevante em relação a mineradoras australianas e níveis históricos de negociação.
“Assim, mesmo que a Vale acrescente provisões e faça um acordo com o governo de Minas Gerais, no valor de cerca de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões), isso ainda seria apenas uma fração do dano precificado na ação, ‘apenas’ 25%-30%”, avaliam.
Uma audiência entre representantes do governo e da mineradora sobre reparações pelo desastre de Brumadinho (MG) em 2019, que matou cerca de 270 pessoas, foi realizada na terça (17), mas não chegou a consenso.
De acordo com o secretário-geral do Estado, Mateus Simões, o governo mineiro considerou a proposta da Vale de um acordo global de cerca de R$ 21 bilhões longe do esperado. Uma nova reunião foi marcada para 9 de dezembro.
Nesse cenário, a equipe do BTG afirma acreditar que as ações podem continuar se valorizando, mesmo se a Vale fechar um negócio multibilionário com o governo, já que alguém poderia argumentar a favor de um ‘re-rating’.
Correa e Greiner relatam que muitos observadores considerariam um acordo com as autoridades um catalisador para os papéis, “já que todas as questões seriam resolvidas e, finalmente, a página seria virada”.
Em relatório a clientes hoje, o BTG reiterou recomendação de ‘compra’ para os papéis, argumentando que os mesmos estão subvalorizados. O preço-alvo dos analistas para os ADRs da Vale é de US$ 14.
Por volta de 15h10, horário de Brasília, as ações da mineradora negociadas na bolsa paulista operavam praticamente estáveis, a R$ 66,95, após renovarem máxima histórica na véspera, enquanto o Ibovespa perdia 0,4%. Em Nova York, os American Depositary Receipts (ADR) da companhia subiam 0,6%, a US$ 12,64. (Com Reuters)
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