A Biosev, uma das maiores processadoras de cana-de-açúcar do Brasil, teve lucro líquido de R$ 436,3 milhões no segundo trimestre da safra 2020/2021, revertendo prejuízo de R$ 288,2 milhões no mesmo período ao ano anterior, informou hoje (12) a empresa.
Um desempenho operacional recorde, moagem de cana histórica e volumosas receitas com açúcar permitiram que a companhia tivesse o primeiro lucro em um segundo trimestre desde 2017.
Já no primeiro semestre da safra, a Biosev teve lucro líquido R$ 155,5 milhões, ante prejuízo líquido de R$ 451,9 milhões no mesmo período do ciclo anterior, tornando histórico o período para a companhia, que nunca havia registrado um resultado semestral positivo.
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O indicador de geração de caixa da Biosev, medido pelo Ebitda ex-revenda, atingiu R$ 1,25 bilhão no semestre fiscal, alta de 20,8%, e R$ 885,5 milhões no segundo trimestre, aumento de 26,6%.
“São conquistas importantes e acreditamos que estamos colhendo os frutos da execução do nosso plano de negócios, continuamos focados em ganhar resiliência e buscando maximizar a eficiência operacional para redução de custos e aumento de produtividade, além da geração de caixa”, disse o presidente da Biosev, Juan José Blanchard, à Reuters.
Ele citou resultados operacionais recordes, além de receita líquida e Ebitda em patamares históricos para o período.
A receita com açúcar atingiu R$ 2 bilhões no primeiro semestre, aumento de 114,2% ante o mesmo período da safra anterior. Já as vendas de etanol caíram 28,6% na mesma comparação, para cerca de R$ 1 bilhão.
A empresa, braço de açúcar e etanol do grupo Louis Dreyfus, aumentou em 2,4% moagem de cana no primeiro semestre da safra 2020/2021, para recorde de 23,3 milhões de toneladas, com o tempo seco favorecendo os trabalhos.
A produtividade média dos canaviais da Biosev marcou 88,1 toneladas/hectare no primeiro semestre da safra 20/21, alta de 2,6%, com a renovação dos canaviais sendo citada pela companhia como fator positivo.
Além disso, a Biosev informou recorde histórico de Açúcar Total Recuperável no 1º semestre da safra, a 141,1 kg por tonelada de cana, alta de 9,3%, com tratos culturais aliados a um clima mais seco na época da colheita.
Dessa forma, mesmo impactada pela variação cambial, que elevou a dívida da companhia para quase 7 bilhões de reais em setembro de 2020, ante 5,6 bilhões no mesmo período do ano passado, o resultado líquido da empresa conseguiu ficar no azul.
“Isso mostra que o resultado do trimestre foi ainda mais importante e reforça que estamos indo no caminho certo”, disse o CEO, ao responder pergunta sobre os recorrentes prejuízos líquidos anteriores gerados pelo impacto da dívida.
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Questionado sobre negociações com a Raízen sobre venda de operações da Biosev para o grupo, que é uma joint venture da Cosan e Shell, o executivo disse que “as conversas continuam preliminares e não há nada vinculante assinado”.
O diretor financeiro da Biosev, Leonardo Oliveira D’Elia, comentou que a despesa financeira está “ligeiramente menor, mas tem um impacto da variação cambial. “Mesmo com esse impacto, estamos terminando o semestre com lucro”, disse ele, exaltando os resultados operacionais.
Ele disse ainda que a companhia terminou o semestre com estoques de açúcar de 370 mil toneladas, alta de 18% ante o ano passado, e de 415 milhões de litros de etanol, aumento de 8% na mesma comparação. (Com Reuters)
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