O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje (6) que, com o dólar no patamar de R$ 5,50, o Brasil não precisa de tantas reservas internacionais.
Ao participar do evento Itaú MacroVision, contudo, ele ressaltou que o governo não quer ter “muito menos”. Atualmente, as reservas, que são consideradas um seguro contra momentos de forte volatilidade internacional, estão na casa de US$ 355 bilhões.
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Em sua fala, Guedes defendeu que em função da mudança de orientação econômica promovida pelo atual governo o juro básico é mais baixo, com o câmbio “mais em cima”. Antes, ele apontou que o real estava sobrevalorizado, o que demandava “muito mais reserva”.
Ao participar do mesmo evento mais cedo, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, afirmou que a autoridade monetária deve atuar no final do ano no mercado de câmbio em função de grande fluxo esperado no país pela questão do overhedge dos bancos.
Kanczuk disse que o BC tem o tema “super bem monitorado”, já que a zeragem de overhedge tem que acontecer neste ano e num ambiente com existência de restrições de capital dos bancos e fundos, amarras que podem fazer com que o movimento crie problemas. O diretor pontuou que é trabalho do BC impedir esses problemas.
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Hoje, a variação cambial dos investimentos dos bancos no exterior não é sujeita à tributação, mas a cobertura de risco (hedge) desses investimentos feita no Brasil, geralmente por meio de contratos futuros de dólar e de cupom cambial, é tributada.
Por conta dessa distorção, o banco tem que contratar US$ 1,90 de hedge para cada US$ 1 em participações no exterior, segundo o BC. Essa cobertura adicional ao valor do próprio investimento é chamada de overhedge.
Após uma mudança na legislação feita neste ano, a variação cambial da parcela com cobertura de risco (hedge) do valor do investimento realizado pelas instituições financeiras no exterior deverá ser tributada a partir do ano que vem.
Para reverterem suas posições de overhedge, os bancos precisarão comprar dólares até o fim do quarto trimestre, o que adicionará pressão ao mercado no período. (Com Reuters)
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