A construtora BRZ e a rede de lojas de departamento Le Biscuit desistiram dos planos para listar ações na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), elevando para 20 o número de cancelamento de planos de estreia na bolsa paulista em 2020, segundo dados da CVM nesta segunda (9).
Ambas haviam pedido em agosto o registro para suas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês). A Le Biscuit levantaria recursos para pré-pagar dívidas, reformar e expandir lojas, investir em TI, logística e reforçar o capital de giro. A operação da empresa com sede em Feira de Santana (BA) e que tem uma rede de 141 lojas, também serviria para sócios atuais venderem participação no negócio.
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Já a BRZ, com sede em Minas, buscaria dinheiro da venda de ações novas para investir em novos projetos, antecipar permutas com donos de terrenos, reduzir o endividamento, investir em tecnologia e reforçar a liquidez.
As desistências sublinham como o cenário volátil do mercado de capitais tem atrapalhado planos de empresas de buscarem recursos na bolsa para financiar projetos de crescimento. Por um lado, 22 companhias já movimentaram cerca de R$ 60 bilhões em IPOs neste ano. Por outro lado, as desistências atingem cifras inéditas.
Algumas das empresas que decidiram levar adiante seus planos de listagem inicial na B3 tiveram que se submeter a avaliações muito inferiores às pretendidas. É o caso do brechó online Enjoei, que estreou hoje (9), após ter precificado seu IPO na semana passada no piso da faixa estimada pelos coordenadores.
A ação da Enjoei estava na contramão do mercado em num dia de forte alta das bolsas no mundo todo. Às 13h18, horário de Brasília, o Ibovespa avançava 2,48%, enquanto o papel da companhia, que não faz parte do índice, desabava certa de 9%.
Para hoje, estão previstas as precificações de outros dois IPOs, o da produtora de equipamentos na geração de energia eólica Aeris Energy e o da petrolífera 3R Petroleum. Amanhã (10) será a vez do preço da oferta da construtora Alphaville Urbanismo. (Com Reuters)
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