A prévia da inflação brasileira registrou em novembro o maior nível para o mês em cinco anos e mostrou que os custos dos alimentos continuam pesando nos bolsos dos consumidores na reta final do ano, levando a alta dos preços em 12 meses acima do centro da meta do governo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,81% em novembro, de 0,94% no mês anterior, segundo os dados divulgados hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, a alta acumulada foi a 4,22%, de 3,52% antes. Com isso, a inflação ficou acima do centro da meta para este ano, que é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Ambos os resultados superaram ainda as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,72% no mês e de 4,12% em 12 meses.
Em novembro, todos os grupos pesquisados apresentaram alta, mas o maior peso ficou novamente para Alimentação e bebidas. A inflação dos alimentos vem se destacando nesse final de ano, também por conta do câmbio favorável às exportações, o que levanta preocupações de uma alta mais disseminada dos preços.
Os preços de alimentação e bebidas apresentaram avanço de 2,16% no mês, sendo que os alimentos para consumo no domicílio subiram 2,69%. Influenciaram nesse resultado itens importantes na mesa das famílias, como as carnes (4,89%), o arroz (8,29%) e a batata-inglesa (33,37%).
A alimentação fora do domicílio também pesou sobre o IPCA-15 de novembro ao acelerar a alta a 0,87% em novembro, de 0,54% no mês anterior, principalmente em função do aumento de 1,92% no item lanche.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já sinalizou que a redução do imposto de importação sobre alimentos como reação à alta nos produtos deve ser uma medida permanente.
Outro forte impacto sobre o índice de novembro foi exercido pelo grupo Transportes, embora tenha desacelerado a alta a 1%, de 1,34% em outubro. Essa leitura foi impulsionada pela alta de 1,17% da gasolina, subitem de maior peso do IPCA-15.
O Banco Central já reconheceu uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, mas manteve sua mensagem de orientação futura. (Com Reuters)
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