O Itaú Unibanco teve queda de cerca no lucro do terceiro trimestre, refletindo maiores provisões para perdas com calotes devido aos efeito da Covid-19, e anunciou planos para possível cisão do investimento na XP.
O maior banco privado do país anunciou ontem (03) que teve lucro líquido recorrente de R$ 5,03 bilhões de julho a setembro, ante R$$ 7,16 bilhões um ano antes, mas acima da estimativa de R$ 4,938 bilhões compilada pela Refinitiv.
As provisões para perdas com empréstimos aumentaram 40,6% ano a ano, para R$ 6,32 bilhões, mas caíram em relação ao trimestre anterior.
O índice de inadimplência acima de 90 dias caiu 0,5 ponto percentual, para 2,2%, uma vez que os tomadores de empréstimos receberam carência de até 180 dias por meio de medidas governamentais adotadas nos primeiros meses da pandemia.
A receita líquida de juros, uma medida dos ganhos com empréstimos menos custos de depósito, caiu 4,8% em relação ao trimestre anterior, pois o Itaú refinanciou muitos clientes com margens de crédito mais baixas durante a crise.
A carteira de crédito cresceu 4,4% no trimestre, com impulso do crédito imobiliário, financiamento de veículos e empresas. A receita com tarifas cresceu 12%, recuperando-se após a flexibilização das medidas de isolamento social.
O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 15,7%, mostrando alguma recuperação em relação ao trimestre anterior.
O Itaú Unibanco também anunciou que está considerando cindir a maior parte de sua participação de 46% na plataforma de investimento XP e vender o restante.
O Itaú pode emitir ações equivalentes a 41,05% da XP, que tem valor de mercado de US$ 23 bilhões para formar uma nova entidade que poderia ser listada. O Itaú também pode vender fatia de 5% na XP para aumentar seus índices de capital.
O pedido não menciona o motivo do plano, que está sujeito à aprovação do conselho.
Uma fonte próxima às discussões disse que o Itaú espera desbloquear valor na participação do banco em XP que não se reflete no preço das ações do Itaú, e reduzir o conflito potencial entre as duas entidades.
Quando o Itaú investiu pela primeira vez na XP em 2017, planejava adquirir o controle acionário, mas o Banco Central vetou, alegando preocupações com a concorrência. O regulador disse na época que o Itaú precisaria buscar aprovação para comprar mais 12,5% do XP em 2022.
A mudança do Itaú pode tornar mais fácil aumentar sua participação na XP no futuro, já que a análise das questões antitruste pode ser diferente nesta nova estrutura, disse outra fonte. Ainda assim, não está claro se o Itaú realmente buscaria um aumento.
A possível cisão vem após uma discussão pública em junho, quando o Itaú citou supostos conflitos de interesse entre consultores de investimentos independentes, a maior parte da força de trabalho da XP. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias