Na mira do ministro da Economia, Paulo Guedes, para privatização em 2021, os Correios gastaram no ano passado R$ 2 bilhões com benefícios de assistência à saúde, ou 20% do total despendido pela União com todas as 46 estatais federais sob seu controle direto.
Apesar disso, a empresa, que tem 370.711 beneficiários de assistência à saúde, não é a estatal com maior despesa nesta linha.
Em 2019, o Banco do Brasil teve um gasto de R$ 2,4 bilhões com benefícios de assistência à saúde, contando com 441.796 beneficiários, e a Petrobras, de R$ 2,2 bilhões (265.787 beneficiários).
Os dados fazem parte do Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais, divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo a pasta, a despesa geral das estatais com benefícios de assistência à saude foi de R$ 10 bilhões no ano passado, para um total de 1,67 milhão de pessoas, entre funcionários, dependentes e aposentados. Nos Correios, o benefício é ofertado também para os pais dos funcionários, com a possibilidade ainda de assistência à saúde no pós-emprego, pontuou o relatório.
Guedes tem dito que quer privatizar quatro empresas estatais no próximo ano: Correios, Eletrobras, Porto de Santos e PPSA (Pré-Sal Petróleo).
Pelos dados do relatório, as quatro reúnem 112.299 empregados, com remuneração média variando de R$ 4,1 mil a R$ 31,4 mil mensais.
De longe a maior empregadora do grupo, com um quadro de 99.054 funcionários, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) respondeu pela menor média salarial: R$ 4,1 mil. Em 2019, a empresa teve lucro líquido de R$ 102,1 milhões.
Com apenas 57 funcionários, a PPSA apresentou a maior remuneração média dentre elas, de R$ 31,3 mil mensais. No ano passado, a companhia teve lucro líquido de R$ 34,9 milhões. Guedes tem dito que a intenção é vender o portfólio da empresa, que é responsável por gerir contratos do pré-sal. A empresa gastou R$ 252,3 mil, no total, com benefícios de assistência à saúde.
A Eletrobras entregou o melhor desempenho no período, com lucro líquido de R$ 10,7 bilhões. A empresa tem 12.051 empregados, com média salarial de 117 ao mês, e teve um custo com benefícios de assistência à saúde de R$ 477,2 milhões no ano passado.
Já o Porto de Santos, com 1.137 funcionários, pagou uma média salarial de R$ 11,8 mil em 2019, ano em que registrou lucro líquido de R$ 87,3 milhões. Neste caso, o valor gasto com benefícios de assistência à saúde foi de R$ 14,9 milhões.
Em nota à imprensa, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, afirmou que o relatório é um “choque de transparência”.
“Não havia nenhum relatório que consolidasse informações financeiras e de pessoal e que desse um panorama geral da realidade de cada estatal. Agora temos. A melhor arma que a gente pode ter para combater qualquer tipo de privilégio é a transparência. Isso é controle social”, disse. (Com Reuters)
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