A parcela da população brasileira que vivia em situação de pobreza caiu em 2019 em relação ao ano anterior a reboque de uma maior criação de empregos informais, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quinta (12).
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, o ano passado também registrou queda no índice de Gini, que mede a desigualdade social. O indicador recuou para 0,543 em 2019 ante 0,545 em 2018, mas ainda assim ficou bem acima do menor patamar da série, observado em 2015, de 0,524.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
O Gini é um parâmetro internacional que mede a concentração de renda e o nível de desigualdade de um país. Quanto menor o índice, menos desigual é o país.
Uma reação no mercado de trabalho em 2019, motivada principalmente pelo emprego informal, pode justificar tanto a ligeira queda no Gini quanto no índice de pobreza, segundo pesquisadores do IBGE.
“O fato de termos mais ocupações em 2019 significa que antes quem não tinha renda acaba tendo uma melhora na renda. No entanto, majoritariamente a ocupação cresceu nos sem carteira e nos trabalhadores por conta própria, que são categorias de renda inferior“, disse o pesquisador João Hallak.
O mercado de trabalho brasileiro, no entanto, tem sofrido em 2020 devido aos impactos da pandemia de coronavírus, o que provavelmente afetará os números de pobreza no ano que vem.
De acordo com o IBGE, o Gini caiu no ano passado em todas as regiões do país, com exceção da Nordeste, onde há uma grande concentração de pobres e extremamente pobres. Na região o índice cresceu, entre 2018 e 2019, de 0,545 para 0,559.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
“O mercado de trabalho traz impacto para os indicadores de renda e pobreza e a renda do trabalho é relevante, e no Nordeste houve uma dificuldade maior na geração de vagas e pode impactar o desempenho do Gini”, acrescentou Hallak.
Também a reboque de uma melhora relativa no mercado de trabalho, a pobreza no Brasil caiu entre 2018 e 2019, segundo o IBGE, passando de 25,3% para 24,7% da população. A pobreza é medida pela linha de US$ 5,5 PPC (Padrão de Paridade de Compra, métrica usada pelo Banco Mundial).
No caso da extrema pobreza (linha de US$ 1,9 PPC), houve uma estabilidade no ano passado, com 6,5% de toda a população brasileira nessa situação, mesmo percentual registrado em 2018 e em linha com 2017, quando era de 6,4%. Essa parcela da população vinha subindo de 2014 a 2017, quando se estabilizou.
Segundo o IBGE, quase metade da população do Nordeste vive em situação de extrema pobreza, assim como 39,8% das mulheres pretas ou pardas.
Em números absolutos, os extremamente pobres totalizavam 13,6 milhões em 2019, cerca de 100 mil a mais que no ano anterior. Em 2014, quando o Brasil vivia taxas menores de desemprego, quase 5 milhões de pessoas a menos estavam em situação de extrema pobreza. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.