O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou hoje (18) que a taxa de rejeição de operações no sistema de pagamentos instantâneos PIX ficou entre 6,5% e 6,7% na véspera, contra 9% na segunda-feira, dia do lançamento da plataforma.
Ao participar de evento virtual organizado pelo Itaú BBA, ele comparou esses percentuais com a rejeição de 5% usualmente vista em transferências do tipo DOC.
Essa taxa de rejeição vem da inserção de dados incorretos para as transações, como CPF ou CNPJ errados, explicou Campos Neto. Ele voltou a dizer que, à parte problemas dessa natureza, a máquina de liquidação do PIX não apresentou instabilidade ou caiu em nenhum momento, sendo que na terça-feira foram feitas quase 2 milhões de operações.
“De uma forma geral, a gente tem sido surpreendido pelo lado positivo de todas as formas (com o PIX). Nós entendemos que é um processo que vai avançar bastante nos próximos dias”, avaliou Campos Neto.
“Nós entendemos que todo sistema como esse no começo, nessa parte de encontro de dados, ele apresenta alguns problemas. Isso tende a melhorar à medida que as pessoas cadastrem mais chaves, que os negócios usem mais chaves”, completou.
Segundo o presidente do BC, a rejeição de transações acontece principalmente com pessoas que ainda não cadastraram suas chaves, já que a necessidade de inserção das informações abre espaço para mais erros.
“Pra quem tem chave, o processo está muito melhor, muito mais rápido”, afirmou.
As transações via PIX podem ser feitas com a utilização de chaves, como o número de celular, CPF, CNPJ ou e-mail. As chaves são cadastradas pelos usuários junto às instituições que ofertam pagamentos ou transferências via PIX. De acordo com o presidente do BC, perto de 75 milhões de chaves já foram cadastradas.
Embora as chaves não sejam obrigatórias, o BC acredita que elas conferem agilidade às transações e acabarão sendo predominantes. Sem seu uso, os usuários têm que informar dados bancários a exemplo do que acontece com TEDs e DOCs.
O pagamento instantâneo pelo PIX funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, a um custo operacional significativamente mais baixo para as instituições que o de modalidades já consolidadas no mercado, como transferências do tipo TED ou DOC e pagamentos por cartões de crédito e débito. Segundo o BC, o custo do PIX é de 1 centavo para 10 transações.
As operações de pessoa física para pessoa física são gratuitas desde que feitas por meios eletrônicos. As compras feitas por cidadãos com o PIX tampouco podem ser tarifadas. Em contrapartida, os bancos poderão taxar as transações com PIX feitas entre empresas, tanto na ponta do pagador quanto do recebedor.
Em participação num evento público pelo terceiro dia consecutivo, Campos Neto voltou a reiterar nesta manhã que o BC considera que os fatores que estão pressionando a inflação para cima são passageiros, frisando novamente que a autoridade monetária segue atenta.
“Grande parte do que explica esse aumento da inflação são fatores temporários, e que o Banco Central está monitorando”, disse.
Ele também repetiu que o avanço da inflação está sendo influenciada pela alta do dólar frente ao real, pela influência da transferência de renda via auxílio emergencial e pelo efeito de substituição com o distanciamento social na pandemia, já que as pessoas reverteram gastos que iriam para serviços com alimentação em domicílio. (Com Reuters)