A crise aberta pela pandemia pegou o mundo – e os investidores – de “calças curtas”, como diz o ditado popular, impactando ativos e a economia de forma não vista por muitas gerações de especialistas e investidores. Apesar do susto, no entanto, o mercado de capitais brasileiro mostrou resiliência e maturidade, com uma reversão gradual dos prejuízos causados em carteiras de diferentes tamanhos desde o início da pandemia.
Os fundos imobiliários não passaram ilesos e sentiram a crise assim como outros ativos. O IFIX, índice referência para o mercado de fundos imobiliários, teve alta de 1,51% em novembro, mas no acumulado do ano ainda recua 12,17%. Apesar do desempenho negativo anual, o mercado de fundos imobiliários segue em expansão no Brasil, com mais de 1 milhão de CPFs ativos que detém cotas de FIIs, segundo dados da B3.
O impacto da crise aberta pela pandemia, no entanto, foi diferente entre os fundos de acordo com os setores de atuação. De acordo Camila Almeida, sócia fundadora da Habitat Capital Partners, os fundos logísticos, por exemplo, têm se beneficiado do boom nas vendas de e-commerces durante a pandemia. “Outro segmento que ganha destaque são os fundos de recebíveis (fundos de papel). Por serem atrelados a ativos de dívidas, podem atuar nos mais diversos setores imobiliários, podendo inclusive de forma mais ágil, investir em ativos que se beneficiem da crise, seja logístico ou residencial”, explica.
Para a especialista, a crise tem ainda como legado a diferenciação dos melhores fundos, com o investidor mais atento à qualidade dos ativos que compõem a carteira dos FIIs. “Cresce a importância de entender exatamente qual tipo de ativo compõe aquele fundo e quais impactos econômicos podem influenciar não só o valor da cota, mas também o fluxo de caixa do fundo e por consequência o pagamento do dividendo,” avalia.
Veja abaixo quais foram os fundos com maior rentabilidade em 2020, segundo dados compilados pelo Clube FII.
Veja os cinco fundos imobiliários com maior rentabilidade em 2020 até o momento:
HCTR11 (HECTARE CE)
É um fundo imobiliário híbrido que atua na compra ou construção (desenvolvimento) de ativos imobiliários para aluguel, com o objetivo de gerar renda mensal. O FII pode investir ainda em títulos e valores mobiliários, atuando também como um fundo de papel.
Dividend Yield: 1,58%
Variação cota + proventos: +20,29%
Cotação atual: R$ R$ 145,80
RECR11 (REC Recebíveis Imobiliários)
Investe predominante em títulos de dívida imobiliária. Os mais comuns são os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).
Dividend Yield: 1,29%
Variação cota + proventos: +19,31%
Cotação atual: R$ 108,62
BARI11 (Barigui Rendimentos)
Fundo do tipo papel com investimentos focalizados em aplicações em títulos e valores mobiliários.
Dividend Yield: 1,09%
Variação cota + proventos: +9,21%
Cotação atual: R$ 110,70
HABT11 (Habitat Recebíveis Pulverizados)
Fundo imobiliários tipo papel com investimentos focados em ativos de títulos e valores imobiliários, como os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).
Dividend Yield: 1,52%
Variação cota + proventos: +9,18%
Cotação atual: R$ 119,50
XPSF11 (XP Selection)
Possui investimentos centrados em aquisições de cotas de outros fundos imobiliários (Fundo de Fundos ou Fof, na sigla em inglês). Os FIIs com esse perfil são altamente diversificados, com carteiras de investimentos em diferentes classes.
Dividend Yield: 0,75%
Variação cota + proventos: +7,75%
Cotação atual: R$ 95,61
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