Os títulos verdes funcionam como um instrumento que busca conectar o investidor e seu capital com projetos que carregam ideias de sustentabilidade. Segundo Laura Albuquerque, Gerente de Finanças Sustentáveis na WayCarbon, é possível investir em negócios desenvolvendo projetos sustentáveis ou em companhias que procuram melhorar suas práticas ESG, sigla que, em português, pode ser traduzida como Meio Ambiente, Social e Governança.
Os títulos verdes são títulos de renda fixa usados para financiar projetos ou portfólios que tenham atributos verdes, e podem ser encontrados em instrumentos como as debêntures, por exemplo, mas também estão disponíveis em outros produtos de crédito. Nestes casos, o investidor torna-se credor da empresa, recebendo juros fixos ou variáveis ao final de um determinado período. De acordo com Laura, o Brasil dobrou de R$ 5 bilhões o montante de emissões em títulos verdes, para R$ 10 bilhões no último ano. No entanto, ela acredita que “o mercado é imaturo, quando comparado ao exterior”.
Outra preocupação comum dos investidores é encontrar títulos e empresas que, realmente, sejam sustentáveis para investir. Laura avalia que “existe um apetite muito grande do investidor e a preocupação de não investir em greenwashing”, prática relacionada à apropriação de atributos verdes e ambientais sem, de fato, possuí-los.
O caminho encontrado para solucionar os temores dos investidores está, atualmente, nos fundos ESG, que contam com estrutura profissional e especializada para acompanhar empresas e produtos em busca do título verde. Estes fundos disponibilizam um mix de produtos ou empresas com características ou projetos sustentáveis e podem ser encontrados nas modalidades de fundos de ações (renda variável) e fundos de crédito (renda fixa) ESG, bem como em opções multimercado, combinando as modalidades de ativos.
Diferenças entre título verde e crédito de carbono
Os créditos de carbono não têm a mesma natureza que os títulos verdes, mas ambos procuram encontrar um futuro mais sustentável. De acordo com Laura, o título verde é um mecanismo que busca conectar o capital de um investidor a um projeto, enquanto o crédito de carbono atua para precificar a emissão de poluentes das empresas.
Para incorporar o crédito de carbono dentro da economia, a Gerente de Finanças informou que foram necessárias criar duas estratégias. A primeira busca tributar as emissões de gás carbônico pelas empresas. A segunda forma é a definição de metas de emissão para diferentes setores do mercado, dando créditos para quem cumprir a meta. A negociação entre emissores em ‘débito’ com as suas emissões e aqueles com ‘crédito’, deu origem ao mercado de crédito de carbono.
De acordo com a Laura, existem 31 países com o sistema de comércios de emissões e 30 países com tributo. No entanto, o “Brasil está discutindo o crédito nos últimos cinco anos e, até o momento, o carbono emitido pelo país não é precificado”, finaliza.
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