Investidores estão avaliando o quanto apostarão em ações de tecnologia dos Estados Unidos no próximo ano diante avaliações mais caras de preços, riscos regulatórios maiores e revitalização de empresas impactadas pela pandemia.
Um salto nas ações de empresas de tecnologia e relacionadas à internet ajudou a elevar os índices dos EUA para recordes este ano. Apenas os ganhos de Apple, Amazon e Microsoft responderam por mais da metade do retorno total de 16,6% do S&P 500 até 16 de dezembro, de acordo com Howard Silverblatt, analista sênior da S&P Dow Jones Indices.
Mas o setor de tecnologia ficou em segundo plano nas últimas semanas, à medida que as esperanças de uma recuperação econômica liderada pelas vacinas geraram uma alta nos setores de energia, finanças e outros segmentos menos populares do mercado.
Embora não esteja claro quanto tempo durará a mudança na liderança do mercado, o movimento destaca um dilema que os investidores enfrentaram ao longo da última década. Limitar a exposição às empresas de tecnologia tem sido uma aposta perdida há anos e a pandemia de coronavírus acelerou as tendências que podem beneficiar o setor.
Mas as avaliações próximas às máximas de 16 anos estão aumentando as preocupações sobre a vulnerabilidade do setor, especialmente com a reabertura econômica dos EUA.
“Acho que as pessoas vão manter sua exposição às empresas de tecnologia, mas não acho que haverá muito dinheiro novo investido nessa área no próximo ano”, disse Lindsey Bell, estrategista-chefe de investimentos da Ally Invest.
O setor de tecnologia juntamente com ações de grandes empresas relacionadas – Amazon, Google e Facebook – respondem por cerca de 37% do valor de mercado do S&P 500, dando-lhes grande influência nas oscilações do índice e nas carteiras dos investidores. Os gestores de fundos consultados pelo BofA Global Research afirmaram que comprar ações de empresas de tecnologia foi a posição mais comum no mercado pelo oitavo mês consecutivo.
O setor é negociado a 26 vezes as estimativas de lucros futuros e é um dos poucos que devem registrar crescimento de resultados em 2020, de acordo com dados da Refinitiv. Já para 2021, a expectativa é de alta de 14,2% no lucro, ritmo mais lento do que a previsão de alta de 23,2% para empresas do S&P 500 em geral.
“Continuamos a acreditar que essa rotação de valor que começamos a ver nas últimas semanas também tem pernas para 2021”, disse Mona Mahajan, estrategista de investimentos nos EUA da Allianz Global Investors. (Com Reuters)
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