A indústria de games é uma das que passaram longe de qualquer crise em 2020. Beneficiada pelas quarentenas de milhares de pessoas ao redor do mundo em busca de entretenimento domiciliar, o setor deve crescer 19,6% neste ano, com receita anual próxima de US$ 174,9 bilhões, segundo dados do Global Games Market Report. Mas muito além de apenas diversão, o mercado de games vem também se consolidando entre os fundos de investimentos setoriais que procuram unir o apetite crescente por ações às preferências pessoais dos investidores.
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No Brasil, dois fundos lançados recentemente buscam surfar na onda dos games: o Warren Games, da Warren, e o Vitreo Tech Games FIA BDR Nível I, da Vitreo. Sem a presença de empresas do segmento na B3, ambos operam com ativos negociados em Bolsas no exterior, investindo em ações de companhias como Nintendo, Sony, Nvidia, Ubisoft e Sea.
O desempenho das companhias – e dos ativos – faz jus ao hype. Entre os meses de março e setembro, as vendas da Nintendo cresceram 73%, para ¥ 769,5 bilhões (aproximadamente US$ 7,3 bilhões). Considerando os últimos doze meses, a performance da ação da companhia listada na Bolsa de Tóquio era positiva em mais de 43% nesta terça (15). No mesmo período, a Nvidia acumulava alta próxima de 134% na Nasdaq.
Além da geração de receita pela venda direta de jogos e consoles, o mercado de games tem ainda como saída as transmissões on-line que demandam infraestrutura para processamento em nuvem (cloud gaming), além de inovações como os jogos com realidade virtual. Segundo levantamento da XP Investimentos, apenas no último trimestre as transmissões pelo Twitch, aplicativo de streaming da Amazon, alcançaram mais de 4,5 bilhões de horas, enquanto 500 milhões de pessoas devem assistir aos conteúdos em 2021.
“O entretenimento digital tem um potencial gigantesco, faturando mais que Hollywood. A pandemia acelerou um processo já em curso, não é um mercado que é promissor apenas por causa da pandemia, o cenário só convergiu para a explosão do setor”, avalia George Wachsmann, sócio e chefe de gestão da Vitreo.
Os fundos também são para todos os bolsos. No caso do produto da Warren, por exemplo, é possível investir a partir de R$ 1,00, sem taxas de performance ou de administração. Já o fundo da Vitreo tem aporte inicial de R$ 5 mil e taxa de performance de 0,9%, mas vem acompanhado da gestão ativa do portfólio.
Na hora de entrar em fundos setoriais, no entanto, o investidor não pode negligenciar a diversificação da carteira de ativos. Embora os fundos temáticos, como os de games, ofereçam exposição geográfica em diferentes países e moedas, a diversificação setorial é prejudicada. A estratégia neste caso, segundo os especialistas das plataformas de investimentos, é não alocar 100% da carteira em fundos temáticos. “Dentro da carteira tentamos diversificar ao máximo, mas o segmento é o mesmo, então o investidor precisa fazer a diversificação dos seus investimentos em outros setores”, recomenda Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo.
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