O Ibovespa fechou o dia em alta de 1,3% aos 113.750 pontos, próximo de zerar as perdas acumuladas em 2020. Na semana, o índice brasileiro ganhou 2,8% e, no ano, a queda agora é de 1,7%. O movimento é impulsionado, principalmente, pelo fluxo de capital estrangeiro: apenas em dezembro, o saldo líquido no segmento secundário da B3 é R$ 1,45 bilhão.
Uma rotação nos portfólios para ações de valor e cíclicas (com maior peso no Ibovespa), como bancos e papéis de commodities, como Vale e Petrobras, em detrimento de ações de crescimento, também é apontada como componente dos ganhos recentes.
Para o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, além da entrada de estrangeiros na bolsa, a emissão bem-sucedida do Tesouro Nacional nesta semana mostra que investidores no exterior estão atentos ao país. O governo brasileiro levantou US$ 2,5 bilhões com a reabertura de títulos de 5 anos (Global 2025), 10 anos (Global 2030) e 30 anos (Global 2050), com redução do prêmio nas três tranches.
O dólar fechou o dia em nova queda, perdendo 0,32% e negociado a R$ 5,12 na venda, também sob pressão do fluxo internacional. Na terceira semana consecutiva de perdas, a moeda norte-americana acumula recuo de 3,7%, embora em 2020 ainda tenha valorização de 27,8%. Ao longo da jornada desta sexta, o dólar oscilou entre R$ 5,18 e R$ 5,11. A máxima foi alcançada pela manhã, depois do vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmar que considerava muito difícil a aprovação da reforma tributária neste ano.
Em revisão de cenário para 2021, o Bradesco não apenas prevê manutenção do teto de gastos, como enxerga crescimento econômico mais forte (de 3,9%, ante 3,5% da estimativa anterior), o que pode ajudar a melhorar a dinâmica de fluxos de capital ao Brasil. Neste contexto, o banco projeta dólar de R$ 5,00 ao fim de 2021 e Selic em 4%, o dobro do patamar atual.
Em Wall Street, os índices fecharam mais uma sessão com ganhos, com os papéis cíclicos (como os segmentos de energia, materiais e industriais) em destaque no dia. O Dow Jones encerrou em alta de 0,83%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,88% e o Nasdaq avançou 0,70%. Na semana, os benchmarks valorizaram 1,03%, 1,66% e 2,12%, respectivamente.
Os investidores seguem acompanhando de perto as negociações em Washington para um novo pacote de estímulo econômico. A queda acentuada na criação de postos de trabalho em novembro nos EUA, para 245 mil vagas, ajudou a pressionar os parlamentares por uma ação rápida antes das festas de fim de ano. O resultado é o pior dos últimos seis meses e apresenta um considerável recuo em relação ao desempenho de outubro, quando o país criou 638 mil postos.
Na semana que vem, os mercados vão monitorar no Brasil o IPCA de novembro que será divulgado na terça-feira (8) e a reunião do Comitê de Política Monetária que acontece na quarta-feira (9) e irá definir pela manutenção ou por mudanças na taxa de juros. (Com Reuters)
DESTAQUES DO IBOVESPA
Maiores Altas
CSNA3: +12,45% a R$ 26,11
PRIO3: +8,10% a R$ 55,78
BTOW3: +7,68% a R$ 78,00
LAME4: +7,02% a R$ 25,31
USIM5: +6,94% a R$ 14,02
Maiores Baixas
CYRE3: -3,60% a R$ 29,42
MRVE3: -3,44% a R$ 19,91
CPFE3: -2,91% a R$ 30,67
WEGE3: -2,88% a R$ 71,80
IGTA3: -2,47% a R$ 38,30
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