A Bolsa de Valores de Londres deve obter aval antitruste da UE para compra da empresa de dados Refinitiv por US$ 27 bilhões, disseram duas pessoas a par do assunto ontem (02), reforçando a presença em um setor em rápida consolidação.
O mercado de dados financeiros explodiu com o advento do comércio orientado por computador, desencadeando uma onda de aquisições à medida que as empresas buscam criar balcões únicos para atender clientes e ter vantagem sobre rivais tradicionais no fornecimento de dados, apelidado de novo “petróleo”.
A fusão de LSE e Refinitiv ainda seria eclipsada pela líder de dados financeiros Bloomberg, mas superará a combinação de S&P e IHS Markit, cujo negócio de US$ 44 bilhões anunciado esta semana foi a maior aquisição de 2020.
A LSE, que busca diversificar no setor de dados financeiros e reduzir a dependência de volumes de negociação, revelou plano de comprar Refinitiv em 2019, mas teve revezes em Bruxelas, com o prazo para aval da UE adiado para janeiro de 2021.
No mês passado, a bolsa ofereceu aos rivais acesso irrestrito às suas operações de compensação e dados pelos próximos 10 anos, como parte de um pacote de concessões que incluiu a venda de sua fatia na Borsa Italiana para a Euronext.
As fontes não deram detalhes sobre mudanças nas concessões, mas alguns disseram que autoridades da UE consideraram a venda da Borsa Italiana como um grande desinvestimento.
A Comissão Europeia, que deve decidir sobre o acordo até 21 de janeiro, não quis comentar.
A LSE e a Refinitiv, que é 45% controlada pela Thomson Reuters, controladora da Reuters, também não quiseram comentar.
A Intercontinental Exchange, rival da LSE, já se aprofundou nos dados e, em agosto, também comprou a Ellie Mae, uma plataforma de tecnologia para o setor de financiamento de hipotecas, por US$ 11 bilhões.
A Deutsche Boerse, cuja tentativa de comprar a Borsa Italiana foi frustrada pela Euronext, disse no mês passado que compraria 80% da Institutional Shareholder Services por cerca de US$ 1,8 bilhão. (Com Reuters)
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