A reputação do bitcoin como moeda digital melhorou este ano, ajudada pela enorme impressão de dinheiro dos Bancos Centrais para compensar os danos econômicos da pandemia do coronavírus. O preço do bitcoin, que atualmente salta para próximo de US$ 19 mil por unidade no exterior, voltou a tocar os patamares observados em janeiro de 2017. No Brasil, a criptomoeda é negociada na manhã de hoje (14) em torno dos R$ 98 mil.
Após anunciar no mês passado que o bitcoin poderia ser “banido”, Ray Dalio, o lendário bilionário, fundador e copresidente do maior fundo de hedge do mundo, o Bridgewater Associates, admitiu que o bitcoin se estabeleceu como uma “alternativa de ativo semelhante ao ouro”.
“Eu acho que o bitcoin (e algumas outras moedas digitais) se estabeleceram nos últimos dez anos como interessantes alternativas a ativos semelhantes ao ouro”, disse Dalio no Reddit, em resposta a uma pergunta sobre se o bitcoin poderia ajudar a combater a desigualdade de riqueza nos EUA.
Dalio, que rotulou a famosa moeda digital como “bolha” em 2017, parece ter mudado de ideia sobre o bitcoin como reserva de valor.
“O bitcoin não é uma reserva efetiva de riqueza porque tem volatilidade, ao contrário do ouro”, disse Dalio em uma entrevista à CNBC em setembro de 2017, pouco antes do enorme boom de fim de ano do bitcoin e do subsequente declínio. O preço do bitcoin subiu para cerca de US$ 20 mil no final de 2017, depois de começar o ano a menos de US$ 1 mil. Já em 2018, o preço da cripto derreteu para cerca de US$ 3 mil.
Em uma sessão do ‘Ask me Anything’ do Reddit, em que o público pode fazer perguntas sobre temas variados na plataforma, Dalio aconselhou os investidores a diversificar suas carteiras com ativos que são ofertados de forma limitada, móveis e que preservem valor.
Em janeiro deste ano, no entanto, Dalio não estava convencido da capacidade do bitcoin de agir como uma reserva de valor. “Há dois propósitos para o dinheiro: ser um meio de troca e armazenar riqueza, e o bitcoin não é eficaz em nenhum desses casos atualmente”.
No mês passado, o executivo havia dado sinais de que poderia estar adotando outra postura sobre o bitcoin ao afirmar no Twitter que “pode estar faltando algo sobre o bitcoin”, disse. “Não consigo imaginar bancos centrais, grandes investidores institucionais ou empresas multinacionais usando-o”, acrescentou Dalio na rede social. “Se eu estiver errado sobre essas coisas, eu adoraria ser corrigido”.
Desde então, a empresa americana de inteligência empresarial MicroStrategy aumentou sua participação em bitcoin para mais de US$ 1 bilhão e a Massachusetts Mutual Life Insurance comprou US$ 100 milhões em bitcoin para sua conta de investimento.
Dalio, que detém uma fortuna pessoal de quase US$ 17 bilhões, segundo estimativas da Forbes, é o último grande investidor a nomear o bitcoin como um investimento potencial. A lenda de Wall Street, Bill Miller, disse em novembro que recomenda “fortemente” o bitcoin, seguido pelo bilionário americano Stanley Druckenmiller, que revelou investir em bitcoin como reserva de valor.
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