O braço de criptomoedas do PayPal, a Paxos, levantou US$ 142 milhões em uma rodada de financiamento de série C. O processo, encerrado em 24 de novembro, inclui investimentos do PayPal Ventures, da Paxos RRE Ventures e Liberty City Ventures. No total, a empresa já arrecadou mais de US$ 240 milhões em venture capital, tornando-se uma das empresas de criptomoedas com maior financiamento, logo abaixo da Bakkt, que levantou US$ 482 milhões, e da Circle, que captou US$ 271 milhões.
Fundada em 2012 com o nome itBit, a Paxos foi uma das primeiras startups do setor a operar de forma regulada, oferecendo serviços de custódia para criptos nos EUA. Em outubro, a gigante de pagamentos Paypal lançou um serviço de negociação de criptomoedas em parceria com a Paxos, permitindo a realização de compras através da plataforma com o bitcoin.
“Nossa pipeline se expandiu muito, ultrapassando os bilhões de clientes através da parceria. E essa grande mudança em nosso pipeline é em parte o motivo pelo qual precisamos levantar esse capital, para realmente aproveitar as oportunidades de crescimento que estamos vendo no momento”, disse o cofundador e CEO da Paxos, Charles Cascarilla.
Como parte do investimento, a empresa planeja desenvolver novos produtos que ajudem clientes institucionais a seguir ativos tradicionais, como títulos e commodities, em um processo chamado de ‘tokenização’. “Queremos ser capazes de pensar em outras maneiras de fazer crescer nossos negócios, incluindo, potencialmente, aquisições e novas contratações”, acrescentou Cascarilla. Parte do aumento de capital será investido na infraestrutura regulatória, que o executivo cita como uma das principais razões para as parcerias de sucesso da Paxos, tais como o PayPal e Credit Suisse.
A notícia do investimento chega no dia seguinte ao bitcoin ter ultrapassado a marca dos US$ 20 mil pela primeira vez e a Paxos provavelmente desempenhou um papel no aumento meteórico da criptomoeda durante o segundo semestre do ano. Em 21 de outubro, o PayPal anunciou sua entrada no mercado das criptos, integrando os serviços Paxos à plataforma e dando a seus 350 milhões de clientes acesso ao bitcoin e a algumas outras criptomoedas.
A adoção das criptomoedas pelo PayPal coincidiu com o rally do bitcoin. Para alguns analistas, a gigante de pagamentos on-line está alimentando o pico. No início de julho, a divisão norte-americana da fintech sediada no Reino Unido, Revolut, integrou a tecnologia da Paxos em seu aplicativo, permitindo que seus clientes da Revolut comprassem, guardassem e vendessem bitcoin e ethereum em 49 estados americanos.
A Paxos, no entanto, tenta não se posicionar como um empreendimento puramente cripto nativo, reforçando seu compromisso de fornecer infraestrutura para múltiplas classes de ativos. Em fevereiro, a empresa facilitou o que descreve como a primeira aplicação da blockchain para ações listadas nos Estados Unidos quando o Credit Suisse e a Nomura Instinet começaram a usar o serviço de liquidação Paxos Settlement Service – em blockchain – para liquidar as negociações de ações.
O serviço consiste em uma blockchain privada, permitindo que duas partes liquidem bilateralmente as negociações de títulos sem uma contraparte central. Em setembro, a francesa Societé Generale tornou-se a terceira corretora de valores mobiliários a utilizar o serviço. Até o momento, 15.000 operações no valor aproximado de US$ 75 milhões foram liquidadas na plataforma.
Em 8 de dezembro, a Paxos protocolou um pedido junto ao Departamento de Controle de Moedas (OCC, na sigla em inglês), responsável pela supervisão de bancos nacionais e estrangeiros. Se concedido, a Paxos será a primeira custodiante de ativos digitais a ser regulamentada tanto em nível estadual, quanto federal. Em 2015, a fintech tornou-se uma das primeiras empresas regulamentadas no estado de Nova York a oferecer produtos e serviços em criptomoedas.
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