Três consórcios com a participação de estaleiros asiáticos estão se preparando para fazer oferta à Petrobras em 1º de fevereiro, na primeira licitação para a contratação de plataformas próprias em mais de sete anos, afirmaram à Reuters quatro fontes próximas à concorrência que poderá envolver bilhões de dólares.
A licitação, lançada em julho de 2020 pela Petrobras, prevê a contratação das plataformas P-78 e P-79, para o importante campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, a principal aposta da companhia na garantia do crescimento de sua curva futura de produção.
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O leilão deverá contar com a participação dos consórcios Hyundai, BrasFELS, Keppel, DSME (Daewoo), Saipem, Samsung, Toyo, e EBR, disseram três fontes à agência. Nesta etapa, as empresas apresentarão seus preços, além da proposta técnica.
No total, foram pré-qualificadas para essa nova licitação dez empresas nacionais e internacionais, segundo a petroleira. Contudo, as duas afretadoras que constavam na lista de habilitadas (SBM Offshore e Modec) decidiram não realizar lances devido ao modelo de contratação, de acordo com as quatro fontes próximas à concorrência.
Ambas as plataformas terão capacidade para processar diariamente 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de m³ de gás. A previsão é de que essas unidades entrem em operação em 2025. Plataformas de tamanho similar têm custo de construção estimado em cerca de US$ 1,7 bilhão de dólares, segundo uma fonte.
Samsung, Keppel, operadora do estaleiro BrasFELS, Saipem, Modec, SBM e Petrobras não quiseram comentar. Toyo, Hyundai, DSME não responderam imediatamente a pedidos de comentários. O estaleiro EBR, que também pertence à Toyo, não pode ser encontrado imediatamente.
NOVO MODELO DE CONTRATAÇÃO
As novas unidades são resultados de estratégia da Petrobras para desenvolver novos projetos de plataformas próprias, para incorporar lições aprendidas nas unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás (FPSO, em inglês) já instaladas no pré-sal, e incluir aspectos de contratação e construção, disse a empresa anteriormente.
Historicamente, a companhia utiliza tanto plataformas próprias, contratadas na modalidade de contratação de engenharia, suprimento e construção (EPC, em inglês), quanto afretadas, dependendo de decisões econômicas.
A Petrobras disse anteriormente que o alto endividamento da companhia na década passada contribuiu para a decisão de priorizar o modelo de afretamento, cujos custos podem ser diluídos no balanço ao longo de 15 a 20 anos, em vez de desembolsos bilionários para a construção das unidades.
A decisão foi reforçada depois da Lava Jato, deflagrada no início de 2014, quando passaram a ser revelados diversos ilícitos em contratos para a construção de unidades marítimas de produção no Brasil. A operação terminou por causar o impedimento da contratação de diversas companhias, além do fechamento de outras. Adicionalmente, as plataformas próprias contratadas passaram por muitos atrasos.
Desde então, a Petrobras vinha optando pelo afretamento de novas unidades. Contudo, no intuito de voltar a diversificar sua carteira, a companhia lançou uma nova modalidade de contratação que, segundo ela informou anteriormente, incorporou lições aprendidas.
Dentre as mudanças, a empresa contratará um único fornecedor na modalidade EPC, responsável por todas as etapas do projeto. No passado, a Petrobras participava da contratação de fornecedores que construíam partes diferentes de uma mesma unidade. (com Reuters)
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