A B3 anunciou a injeção de cerca de R$ 56 bilhões no último trimestre de 2020 por investidores estrangeiros. Apesar da entrada massiva de capital do exterior, o volume não foi suficiente para reverter o fluxo de saques em 2020, encerrando o ano com saldo negativo de R$ 31,8 bilhões. De acordo com a B3, esse foi o terceiro ano consecutivo de saída líquida de recursos estrangeiros em ações, incluindo as ofertas primárias. O saldo de 2019 ficou negativo em R$ 4,7 bilhões e, em 2018, foi também negativo em R$ 5,7 bilhões.
Sandra Blanco, estrategista chefe da Órama Investimentos, ressalta que o crescimento no número de estrangeiros no Brasil é resultado do ambiente ao redor do mundo de taxa de juros em baixos patamares, com investidores buscando alocar “capital em mercados emergentes que tenham companhias já estabelecidas”.
A especialista destaca ainda que os investidores estrangeiros estão atentos às políticas internas dos países. “O comprometimento do governo brasileiro com um regime fiscal equilibrado é fundamental para manter esses investidores no Brasil por mais tempo”. Sem o andamento da pauta de reformas, as chances de uma regressão no fluxo externo são reais e nada pequenas.
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Durante os primeiros dias de 2021, os investidores estrangeiros injetaram R$ 14 milhões em recursos via compra de ações no mercado secundário e venderam R$ 13 milhões, garantindo um saldo positivo de R$ 965,8 mil. João Beck, economista e sócio da BRA tem otimismo sobre o futuro dos investidores externos na B3, mas acredita que o governo brasileiro precisa cuidar das contas públicas, além de dar continuidade às propostas da agenda econômica.
“O governo tem um papel importante no processo de criar uma agenda que destrave os gargalos do nosso crescimento, pois o mercado tem prazo de validade e a pandemia é uma guerra, precisamos apagar o fogo controlando gastos e dando segurança aos investidores” finaliza Beck.
Para o início deste ano, os investidores seguem atentos à eleição na Câmara e no Senado, já que o resultado poderá interferir ou auxiliar na aprovação dos pacotes de reformas da agenda econômica do país.
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