O Brasil fechou 2020 com saída líquida de quase US$ 28 bilhões pelo câmbio contratado, o segundo pior resultado da história e o terceiro ano consecutivo de perda de recursos, o que ajuda a explicar a forte desvalorização do real no ano passado.
O fluxo cambial ficou negativo em US$ 27,923 bilhões, após rombo de US$ 44,768 bilhões em 2019, ano de maior debandada de recursos por esse canal.
Ou seja, em apenas dois anos, o país viu saída líquida de US$ 72,691 bilhões. Em 2018, o fluxo cambial ficou deficitário em US$ 995 milhões.
A última vez que o resultado se mostrou positivo foi em 2017, com modesta sobra de US$ 625 milhões.
O fraco número de 2020 foi puxado pelas operações financeiras – por onde passam fluxos de empréstimos, remessas de lucros e dividendos e investimentos em portfólio, entre outros -, com forte saída líquida de US$ 51,173 bilhões. Na conta comercial (câmbio contratado para exportação menos o para importação), houve superávit de US$ 23,250 bilhões.
Apenas em dezembro, um total de US$ 8,353 bilhões deixou o Brasil, segundo o câmbio contratado, com saídas tanto na conta comercial (US$ -3,932 bilhões) quanto na financeira (US$ -4,422 bilhões).
Em 2020, o real caiu 22,7% ante o dólar, em termos nominais, um dos piores desempenhos entre as principais moedas. (Com Reuters)
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