Um incêndio em um dos carregadores de navios da mineradora Vale no Terminal Ponta da Madeira (MA), na semana passada, “pode lançar algumas dúvidas” sobre a previsão de produção da companhia para este ano, de entre 315 e 335 milhões de toneladas afirmou o BTG Pactual em nota a clientes hoje (20).
A afirmação vem apesar de a Vale ter informado, em nota à imprensa, que “o terminal continua em operação, sem impacto nas programações mensais de embarques de minério”.
Ainda segundo a mineradora, o incidente – na madrugada da última quinta – foi contido sem vítimas e nem danos ambientais.
O terminal Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão, atende ao Sistema Norte, responsável por cerca de dois terços da produção da Vale, uma das maiores exportadoras de minério de ferro do mundo.
“Agora há mais perguntas do que respostas, mas claramente pode haver algumas consequências para os mercados de minério de ferro e preços no futuro. Isso também pode lançar algumas dúvidas sobre a previsão de volumes da Vale de 315-335 milhões de toneladas para 2021”, afirmou o banco na nota, assinada pelos analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.
“Estamos atualmente colocando em nossos modelos (produção) em 320 milhões de toneladas, mas acreditamos que os riscos de queda estão crescendo”, acrescentaram eles, ao destacar que qualquer redução teria impactos sobre os preços do minério de ferro.
“Qualquer rebaixamento adicional dos volumes da Vale pressionaria ainda mais os mercados de minério de ferro e poderia levar a um aumento adicional nos preços.”
O BTG prevê atualmente um déficit de cerca de 90 milhões de toneladas no mercado transocêanico de minério de ferro em 2021, assumindo um crescimento da produção de aço bruto chinesa de 2% ante 2020.
Esse modelo, segundo o banco, presume que a Vale entregaria 320 milhões de toneladas e que haveria muito pouco crescimento de oferta da Austrália e da capacidade de minério de ferro da China (com um teto em pouco mais de 200 milhões de toneladas).
O BTG ressaltou que a Vale minimizou o incidente, ao dizer que mantém suas metas e poderá atendê-las e que está em baixa temporada de embarques pelo terminal de Ponta da Madeira, o que permitirá realocar navios. Mas os analistas acreditam que potenciais implicações, como maior custo operacional, ainda não estão claras.
O píer 4 do terminal, atingido pelo incêndio, tem capacidade para receber navios com porte de até 420 mil toneladas, com duas estações para carregamento de embarcações que trabalham de forma alternada, ao ritmo de 160 mil t/hora, segundo o BTG. (Com Reuters)
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