O total de investimentos entre os Estados Unidos e a China é muito maior do que as cifras oficiais refletem, revelou um relatório divulgado hoje (26), o que sublinha o desafio enfrentado pela equipe de política externa do presidente norte-americano, Joe Biden, em um momento de esfriamento nas relações entre os dois países.
“Todo tipo de pessoa pode perder muito” se os líderes continuarem a afastar às duas maiores economias do mundo, avaliou Adam Lysenko, diretor-associado da empresa de pesquisa Rhodium Group. A empresa redigiu o relatório divulgado pelo Comitê Nacional de Relações EUA-China, um grupo influente de líderes empresariais e diplomáticos de Washington. Os laços bilaterais estão tensionados devido a várias questões, incluindo os direitos humanos e as regras comerciais.
O relatório estima que os investidores norte-americanos detinham US$ 1,2 trilhão em ações e títulos de dívidas emitidos por entidades chinesas no final de 2020, cinco vezes os níveis que constam dos dados oficiais do Departamento do Tesouro dos EUA. A maior parte da diferença se deve ao fato de empresas chinesas “usarem estruturas legais complexas para emitir ações de paraísos fiscais que comercializam nas bolsas dos EUA”, de acordo com o relatório.
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Já a posse chinesa de títulos norte-americanos chegava a US$ 2,1 trilhões na mesma altura, 36% mais do que as cifras oficiais apontam. A maior parte da diferença se deve a “investimentos em títulos classificados equivocadamente em fontes oficiais devido aos esforços dos investidores para driblar os controle de capital de Pequim ou o uso de Hong Kong como intermediário de investimentos”, segundo o relatório.
Mas a integração financeira entre às duas economias também é baixa devido ao controle de capital, disse Lysenko. Caso as diretrizes afrouxassem, o portfólio de investimentos combinado dos dois países totalizaria mais de US$ 9 trilhões de dólares, atualmente o montante é de cerca de US$ 3 trilhões, disse.
No cargo há menos de uma semana, as equipes de política externa e de comércio de Biden herdaram uma série de medidas linha-dura adotadas pelo governo do ex-presidente Donald Trump. Um decreto presidencial de novembro exigiu que os investidores norte-americanos desinvistam de 44 empresas supostamente ligadas aos militares chineses, mas comunicados conflitantes de agências a cargo de sua aplicação criaram confusão entre as partes envolvidas. (Com Reuters)
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