Não há dúvidas de que 2020 foi difícil para as ações das companhias aéreas. O indicador NYSE Arca Global Airlines perdeu mais de 31% de valor ao longo do ano enquanto várias grandes empresas do setor reportaram perdas recordes.
Por uma perspectiva de valor do investidor, isso significa que o setor está à venda com um grande desconto. A aviação comercial ainda tem tempos desafiadores à frente, mas acredito que o pior já ficou para trás, o que indica que este pode ser um momento oportuno para se expor.
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Veja na galeria a seguir cinco motivos para comprar essas ações em 2021:
1. Novos casos de coronavírus estão começando a cair globalmente
No mundo todo, novos casos de coronavírus mostram declínio, segundo dados da Universidade John Hopkins. Após o pico em janeiro, a média semanal mostrou seu menor nível desde o começo de novembro. Nos Estados Unidos, o número total de hospitalizações diárias também tem caído progressivamente desde o começo de janeiro.
Contudo, nem todos os países apresentam números de casos decrescendo. Os principais focos de desenvolvimento da doença estão na Europa Central e do Sul (especialmente em Portugal, Itália e Espanha) e na América do Sul. Novas variantes do coronavírus também preocupam e podem contribuir para um atraso mais tardio da recuperação da indústria de aviação.
A boa notícia é que as vacinas já estão sendo distribuídas e, até agora, parecem funcionar contra as mutações.
2. A distribuição de vacinas nos Estados Unidos deve aumentar
Tive a sorte de receber minha primeira dose da vacina no mês passado, mas muitos americanos enfrentaram obstáculos ao tentar obtê-la.
Isso pode mudar nas próximas semanas e meses. A administração Biden disse recentemente que enviaria no mínimo 10,5 milhões de doses a cada sete dias, durante as próximas três semanas nos Estados Unidos. A partir da próxima semana, muitas dessas doses irão diretamente para farmácias como CVS e Walgreens.
A esperança é que, até o final do verão, 300 milhões de americanos tenham sido vacinados contra o vírus. A expectativa, até hoje (8), era que cerca de 26,5 milhões de pessoas já teriam sido vacinadas (segundo a Bloomberg, 42 milhões de doses já foram administradas até o momento). Então acredito que essa meta, embora ambiciosa, seja alcançável.
Isso me deixa incrivelmente otimista com relação à demanda de viagens realizadas durante o verão e voos comerciais. As empresas de viagens aéreas que ficaram expostas a derrotas, podem render mais tarde, quando famílias vacinadas e com vontade de viajar, reservarem voos para as férias.
3. A receita das companhias aéreas cresceu em 2020
Já escrevi sobre a importância das receitas auxiliares das companhias aéreas antes. Essas são as taxas que os passageiros optam pagar por serviços extras, como bagagem, assentos atribuídos, cartões de crédito etc.. Entre 2010 e 2019, as receitas desses serviços cresceram de forma consistente ano a ano, à medida que as pessoas se tornaram mais dispostas a pagar a mais por uma experiência de voo mais confortável.
Não deve surpreender ninguém que a pandemia tenha reduzido esse fluxo de receita. As vendas globais despencaram 47% em 2020 para uma estimativa de US$ 58,2 bilhões, ante US$ 109,5 bilhões em 2019. O que pode surpreender, no entanto, é saber que as receitas por passageiro, na verdade, aumentaram no último ano, de acordo com uma pesquisa IdeaWorks e CarTrawler.
As taxas da United Airlines foram as que mais subiram, de cerca de US$ 41 por passageiro, no terceiro trimestre de 2019, para até US$ 65 no mesmo trimestre, em 2019 (representando um notável aumento de 59%). Alaska, Southwest, Air Canada, Ryanair da Irlanda e Wizz Air da Hungria também registraram crescimento de dois dígitos.
Segundo Aileen McCormack, diretora comercial da CarTrawler, este aumento sugere que “uma excelente experiência do cliente não é apenas à prova de recessão, mas também à prova de pandemia”.
Uma transportadora em particular está atribuindo receitas auxiliares à sua lucratividade em 2020. A VietJet Air, uma empresa internacional de baixo custo que opera no Vietnã e uma das poucas a ganhar dinheiro durante a pandemia, relatou um lucro pós-impostos de US$ 3 milhões no ano passado após uma mudança para aumentar sua capacidade de carga e serviços auxiliares.
4. Viagens de lazer estão aumentando em regiões que contiveram o vírus
A China é a única grande economia a reportar crescimento econômico em 2020, e sua indústria de aviação comercial doméstica se recuperou rapidamente após severos bloqueios no início de 2020. (Os voos internacionais são outra história.) Como tal, acredito que o país serve como um modelo interessante de o que podemos esperar aqui nos Estados Unidos e em outros lugares assim que tivermos o vírus sob controle.
Como você pode ver acima, o número de assentos oferecidos em voos domésticos na China se recuperou rapidamente e eventualmente ultrapassou os níveis de 2019 no final do verão e início do outono. Apesar de uma desaceleração no início deste ano, eles ainda estão, relativamente, bem à frente de outras regiões.
Olhando para o futuro de cinco a seis meses, o grupo de consultoria Bain & Company vê a indústria de aviação da China se recuperando mais rapidamente dentre as nações do G-20. Até o final de julho, o volume de passageiros de companhias aéreas do país está projetado em 90% dos níveis pré-pandêmicos. Compare isso com os EUA, que está projetado para ter 57% da capacidade em relação a 2019.
A China não está sozinha. As viagens de lazer domésticas na Austrália, que também conteve o vírus, estão indo bem.
Enquanto isso, o CEO da operadora de baixo custo da Índia IndiGo está otimista de que a demanda por viagens retornará aos níveis anteriores à pandemia até o final deste ano. “Acho que devemos estar com 100% da capacidade doméstica até abril, no máximo”, disse Ronojoy Dutta à CNBC nesta semana. “Internacional vai abrir mais devagar, mas no final do ano civil de 2021, devemos estar em níveis pré-COVID internacionalmente também.”
5. Aéreas estão investindo em novas rotas e contratações
Um dos sinais mais seguros de que as empresas apostam na reversão das condições de negócios é quando começam a se expandir e a fazer investimentos de capital. Embora certamente nem todas as companhias aéreas estejam em modo de expansão agora – na verdade, muitas ainda estão tendo que fazer cortes drásticos nos gastos – é possível ver uma série de decisões corporativas que indicam otimismo.
Por um lado, as companhias aéreas estão começando a adicionar novas rotas às suas redes para tirar vantagem dos vácuos deixados pelos concorrentes devido à pandemia.
Essa é precisamente a estratégia da Southwest. A transportadora com sede em Dallas está avançando em dois grandes aeroportos, o Aeroporto Internacional O’Hare de Chicago e o Aeroporto Intercontinental George Bush de Houston, ambos historicamente dominados pelas rivais United e American. Pela primeira vez em cinco anos, a United retornará ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy de Nova York, já tendo adicionado mais de uma dúzia de novos voos, incluindo um de Denver para Belize City, Belize.
Incrivelmente, algumas operadoras estão contratando novos pilotos neste momento, incluindo a PSA Airlines da American e a Frontier Airlines de baixo custo. Outras estão fazendo investimentos de capital, incluindo a entrega de novas aeronaves. A JetBlue acaba de lançar uma reformulação de suas populares e luxuosas suítes Mint, permitindo aos passageiros fazer voos transatlânticos pela primeira vez com conforto e estilo.
Quanto às novas aeronaves, a empresa de análise de viagens Cirium espera que o Boeing 737 Max tenha seus melhores anos após o desolador 2020. De acordo com Max Kingsley-Jones da Cirium: “A Boeing pretende enviar cerca de metade de seu excedente de aeronaves não entregues durante 2021 e a maior parte do restante até 2022, com a carteira pré-construída totalmente eliminada durante 2023”.
As ações aéreas podem estar muito mais voláteis do que a média do mercado. A volatilidade diária, ou o desvio-padrão, desses papéis estão variando em 4%, enquanto o índice S&P 500 varia em 1%.
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Getty Images Novos casos de coronavírus estão começando a cair globalmente
No mundo todo, novos casos de coronavírus mostram declínio, segundo dados da Universidade John Hopkins. Após o pico em janeiro, a média semanal mostrou seu menor nível desde o começo de novembro. Nos Estados Unidos, o número total de hospitalizações diárias também tem caído progressivamente desde o começo de janeiro.
Contudo, nem todos os países apresentam números de casos decrescendo. Os principais focos de desenvolvimento da doença estão na Europa Central e do Sul (especialmente em Portugal, Itália e Espanha) e na América do Sul. Novas variantes do coronavírus também preocupam e podem contribuir para um atraso mais tardio da recuperação da indústria de aviação.
A boa notícia é que as vacinas já estão sendo distribuídas e, até agora, parecem funcionar contra as mutações.
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Getty Images A distribuição de vacinas nos Estados Unidos deve aumentar
Tive a sorte de receber minha primeira dose da vacina no mês passado, mas muitos americanos enfrentaram obstáculos ao tentar obtê-la.
Isso pode mudar nas próximas semanas e meses. A administração Biden disse recentemente que enviaria no mínimo 10,5 milhões de doses a cada sete dias, durante as próximas três semanas nos Estados Unidos. A partir da próxima semana, muitas dessas doses irão diretamente para farmácias como CVS e Walgreens.
A esperança é que, até o final do verão, 300 milhões de americanos tenham sido vacinados contra o vírus. A expectativa, até hoje (8), era que cerca de 26,5 milhões de pessoas já teriam sido vacinadas (segundo a Bloomberg, 42 milhões de doses já foram administradas até o momento). Então acredito que essa meta, embora ambiciosa, seja alcançável.
Isso me deixa incrivelmente otimista com relação à demanda de viagens realizadas durante o verão e voos comerciais. As empresas de viagens aéreas que ficaram expostas a derrotas, podem render mais tarde, quando famílias vacinadas e com vontade de viajar, reservarem voos para as férias.
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LucasTeixeira/Reuters A receita das companhias aéreas cresceu em 2020
Já escrevi sobre a importância das receitas auxiliares das companhias aéreas antes. Essas são as taxas que os passageiros optam pagar por serviços extras, como bagagem, assentos atribuídos, cartões de crédito etc.. Entre 2010 e 2019, as receitas desses serviços cresceram de forma consistente ano a ano, à medida que as pessoas se tornaram mais dispostas a pagar a mais por uma experiência de voo mais confortável.
Não deve surpreender ninguém que a pandemia tenha reduzido esse fluxo de receita. As vendas globais despencaram 47% em 2020 para uma estimativa de US$ 58,2 bilhões, ante US$ 109,5 bilhões em 2019. O que pode surpreender, no entanto, é saber que as receitas por passageiro, na verdade, aumentaram no último ano, de acordo com uma pesquisa IdeaWorks e CarTrawler.
As taxas da United Airlines foram as que mais subiram, de cerca de US$ 41 por passageiro, no terceiro trimestre de 2019, para até US$ 65 no mesmo trimestre, em 2019 (representando um notável aumento de 59%). Alaska, Southwest, Air Canada, Ryanair da Irlanda e Wizz Air da Hungria também registraram crescimento de dois dígitos.
Segundo Aileen McCormack, diretora comercial da CarTrawler, este aumento sugere que “uma excelente experiência do cliente não é apenas à prova de recessão, mas também à prova de pandemia”.
Uma transportadora em particular está atribuindo receitas auxiliares à sua lucratividade em 2020. A VietJet Air, uma empresa internacional de baixo custo que opera no Vietnã e uma das poucas a ganhar dinheiro durante a pandemia, relatou um lucro pós-impostos de US$ 3 milhões no ano passado após uma mudança para aumentar sua capacidade de carga e serviços auxiliares.
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Viagens de lazer estão aumentando em regiões que contiveram o vírus
A China é a única grande economia a reportar crescimento econômico em 2020, e sua indústria de aviação comercial doméstica se recuperou rapidamente após severos bloqueios no início de 2020. (Os voos internacionais são outra história.) Como tal, acredito que o país serve como um modelo interessante de o que podemos esperar aqui nos Estados Unidos e em outros lugares assim que tivermos o vírus sob controle.
Como você pode ver acima, o número de assentos oferecidos em voos domésticos na China se recuperou rapidamente e eventualmente ultrapassou os níveis de 2019 no final do verão e início do outono. Apesar de uma desaceleração no início deste ano, eles ainda estão, relativamente, bem à frente de outras regiões.
Olhando para o futuro de cinco a seis meses, o grupo de consultoria Bain & Company vê a indústria de aviação da China se recuperando mais rapidamente dentre as nações do G-20. Até o final de julho, o volume de passageiros de companhias aéreas do país está projetado em 90% dos níveis pré-pandêmicos. Compare isso com os EUA, que está projetado para ter 57% da capacidade em relação a 2019.
A China não está sozinha. As viagens de lazer domésticas na Austrália, que também conteve o vírus, estão indo bem.
Enquanto isso, o CEO da operadora de baixo custo da Índia IndiGo está otimista de que a demanda por viagens retornará aos níveis anteriores à pandemia até o final deste ano. “Acho que devemos estar com 100% da capacidade doméstica até abril, no máximo”, disse Ronojoy Dutta à CNBC nesta semana. “Internacional vai abrir mais devagar, mas no final do ano civil de 2021, devemos estar em níveis pré-COVID internacionalmente também.”
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LucasTeixeira/Reuters Aéreas estão investindo em novas rotas e contratações
Um dos sinais mais seguros de que as empresas apostam na reversão das condições de negócios é quando começam a se expandir e a fazer investimentos de capital. Embora certamente nem todas as companhias aéreas estejam em modo de expansão agora –na verdade, muitas ainda estão tendo que fazer cortes drásticos nos gastos– é possível ver uma série de decisões corporativas que indicam otimismo.
Por um lado, as companhias aéreas estão começando a adicionar novas rotas às suas redes para tirar vantagem dos vácuos deixados pelos concorrentes devido à pandemia.
Essa é precisamente a estratégia da Southwest. A transportadora com sede em Dallas está avançando em dois grandes aeroportos, o Aeroporto Internacional O’Hare de Chicago e o Aeroporto Intercontinental George Bush de Houston, ambos historicamente dominados pelas rivais United e American. Pela primeira vez em cinco anos, a United retornará ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy de Nova York, já tendo adicionado mais de uma dúzia de novos voos, incluindo um de Denver para Belize City, Belize.
Incrivelmente, algumas operadoras estão contratando novos pilotos neste momento, incluindo a PSA Airlines da American e a Frontier Airlines de baixo custo. Outras estão fazendo investimentos de capital, incluindo a entrega de novas aeronaves. A JetBlue acaba de lançar uma reformulação de suas populares e luxuosas suítes Mint, permitindo aos passageiros fazer voos transatlânticos pela primeira vez com conforto e estilo.
Quanto às novas aeronaves, a empresa de análise de viagens Cirium espera que o Boeing 737 Max tenha seus melhores anos após o desolador 2020. De acordo com Max Kingsley-Jones da Cirium: “A Boeing pretende enviar cerca de metade de seu excedente de aeronaves não entregues durante 2021 e a maior parte do restante até 2022, com a carteira pré-construída totalmente eliminada durante 2023”.
As ações aéreas podem estar muito mais voláteis do que a média do mercado. A volatilidade diária, ou o desvio-padrão, desses papéis estão variando em 4%, enquanto o índice S&P 500 varia em 1%.
Novos casos de coronavírus estão começando a cair globalmente
No mundo todo, novos casos de coronavírus mostram declínio, segundo dados da Universidade John Hopkins. Após o pico em janeiro, a média semanal mostrou seu menor nível desde o começo de novembro. Nos Estados Unidos, o número total de hospitalizações diárias também tem caído progressivamente desde o começo de janeiro.
Contudo, nem todos os países apresentam números de casos decrescendo. Os principais focos de desenvolvimento da doença estão na Europa Central e do Sul (especialmente em Portugal, Itália e Espanha) e na América do Sul. Novas variantes do coronavírus também preocupam e podem contribuir para um atraso mais tardio da recuperação da indústria de aviação.
A boa notícia é que as vacinas já estão sendo distribuídas e, até agora, parecem funcionar contra as mutações.
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