O PayPal é famoso não apenas por seu pioneirismo em pagamentos eletrônicos, mas também por sua máfia – um grupo de ex-alunos bem-sucedidos que fundaram ou financiaram empresas que vão desde o Yelp e LinkedIn até Palantir e Affirm.
Elon Musk, o capo (subchefe) mais famoso da gangue com a Tesla, gerou uma nova multidão que pode um dia rivalizar com o original. Vários ex-funcionários da montadora formaram empresas de veículos elétricos e baterias, principalmente na Califórnia. (Dezenas de outros estão em diferentes empresas do setor, como a fabricante de ônibus Proterra e a fabricante de caminhões Rivian.) Esses ex-funcionários da Tesla estão preparados para causar um impacto descomunal na indústria automotiva global de US$ 6 trilhões nas próximas décadas.
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“A Tesla não pode fazer isso sozinha”, diz Peter Rawlinson, engenheiro-chefe da Tesla para o Model S e agora CEO de sua própria startup de veículos elétricos, a Lucid. Musk “precisa de alguma competição”, acrescenta.
“É uma boa comunidade para fazer parte”, explica Sterling Anderson, cofundador da startup de direção autônoma Aurora, que deixou a Tesla em 2016. “Estou muito satisfeito em ver o sucesso e impacto de vários de meus ex-colegas em várias áreas.”
Rawlinson, Anderson e esses três outros ex-destaques da Tesla estão se preparando para competir e ajudar o esforço da montadora para eletrificar e automatizar a indústria automotiva. Suas empresas já têm um valor combinado de mais de US$ 30 bilhões. Isso é uma fração da capitalização de mercado de US$ 780 bilhões da Tesla, mas é apenas o começo.
Veja, na galeria de fotos abaixo, os principais rivais de Elon Musk na indústria dos veículos elétricos:
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Win McNamee/Getty Images Henrik Fisker
Fisker Inc., Cofundador e CEOFisker, um famoso designer que uma vez estilizou um BMW roadster para James Bond e liderou o estúdio de design da Aston Martin, atuou como consultor de design para o Model S. Musk não gostou de seu design e (sem sucesso) o processou em 2008 por quebra de contrato , alegando que o empresário dinamarquês fechou o contrato para espionar a Tesla (o que Fisker negou). A primeira tentativa do designer em um concorrente da Tesla, o carro de luxo híbrido Karma, falhou devido a uma série de complicações – incêndios na bateria, falhas de montagem e até mesmo um carregamento de carros perdidos em um furacão de 2012. Ele fechou a Fisker Automotive em 2014.
Atualmente, ele está de volta com uma nova empresa, com capital aberto, a Fisker Inc., e se preparando para vender os crossovers elétricos Ocean. O SUV movido a bateria, com preço a partir de US$ 37.500, será construído com a gigante da engenharia automotiva Magna e competirá diretamente com o Model Y da Tesla. Fisker, que abriu o capital em um acordo SPAC de 2020, está a um ano de iniciar a produção, mas já tem um capitalização de mercado de US$ 4 bilhões e cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro para desenvolvimento de produtos. Levantar fundos para lançar uma startup automotiva foi uma lição importante desde os primeiros dias. “A indústria automotiva não é realmente o tipo de indústria que o Vale do Silício deveria ou deseja investir”, diz Fisker, relembrando os problemas de dinheiro que surgiram na Fisker Automotive. “A Tesla saiu disso rapidamente… Elon tinha muito dinheiro (do PayPal) quando entrou na Tesla, então isso ajudou. Em seguida, ele conseguiu abrir o capital no início de 2010… Não era.”
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Justin Sullivan/Getty Images JB Straubel
Redwood Materials, fundador e CEOComo Musk, Straubel é cofundador da Tesla e foi seu diretor de tecnologia desde os primeiros dias da montadora elétrica até 2019. Seu sonho inicial era fazer carros elétricos para reduzir a poluição por carbono.
Atualmente, ele está focado na reciclagem de baterias com sua startup, a Redwood Materials, para garantir que o lítio, cobalto e níquel em baterias usadas em Teslas e outros veículos elétricos fiquem fora de aterros e lixões. A empresa sediada em Carson City, Nevada, anunciou uma rodada de financiamento de US$ 40 milhões em setembro de 2020, ao começar a trabalhar em projetos de reciclagem com a Panasonic e a Amazon. “Para combater as mudanças climáticas, precisamos solucionar o impacto que os produtos têm sobre o meio ambiente”, disse ele na hora da arrecadação de fundos. A Forbes estima que Straubel tenha um patrimônio líquido de US$ 1 bilhão – supondo que ele retenha uma parte de suas ações da Tesla e com base nas ações recebidas como membro do conselho da QuantumScape, uma fabricante de baterias apoiada por Bill Gates.
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Noam Galai/Getty Images Peter Rawlinson
Lucid Motors, cofundador e CEORawlinson, um veterano da Jaguar e da Lotus, juntou-se à Tesla em 2009. Ele e Musk “se deram bem” – pelo menos no início. “Nós dois somos obcecados em alcançar o topo com tecnologia e a engenharia simplesmente não pode ser boa o suficiente”, diz Rawlinson via Zoom. Ele foi o engenheiro-chefe do Model S da Tesla, o sedã elétrico de 2012 que redefiniu o quão bons os carros movidos a bateria podem ser.
Ele deixou a empresa naquele mesmo ano para ajudar a cuidar de sua mãe doente e depois de alguma frustração com Musk por causa do programa de desenvolvimento do Model X. Agora ele é CEO da Lucid Motors, uma startup de veículos elétricos com sede em Newark, Califórnia, que recebeu US$ 1,3 bilhão de fundos da Arábia Saudita. As entregas dos luxuosos sedãs elétricos Air de última geração, capazes de percorrer mais de aproximadamente 800 km por carga e com preço de US$ 169 mil, começam na próxima primavera do Hemisfério Norte. “Não estou competindo com o produto da Tesla. Estou competindo com a Mercedes-Benz”, diz Rawlinson.
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Reprodução/Forbes Sterling Anderson
Aurora Innovation, cofundador e diretor de produtosAnderson chegou à Tesla em 2013 para trabalhar no crossover do Model X e ajudou a montadora na busca pela tecnologia de direção autônoma, liderando o desenvolvimento de seu recurso de assistência ao motorista do piloto automático. “Eu comparo isso a servir nas trincheiras juntos”, ele diz sobre seu tempo lá. “Você constrói um vínculo real em um ambiente de alta pressão como esse.”
O cientista treinado pelo MIT saiu em 2016 para cofundar a startup autônoma Aurora Innovation, acompanhado pelo ex-chefe de carros autônomos do Google, Chris Urmson, e pelo pesquisador de IA da Carnegie Mellon University, Drew Bagnell. Aurora arrecadou mais de US$ 1 bilhão e, em dezembro de 2020, adquiriu a unidade autônoma da Uber, aumentando as chances de ser um grande player na tecnologia de veículos autônomos. Até agora, estão alinhadas parcerias de tecnologia com a Uber, a fabricante de caminhões Paccar e a Toyota. A avaliação da startup do Vale do Silício saltou para cerca de US$ 10 bilhões, após a aquisição da Uber.
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Gene Berdichevsky
Sila Nanotecnologias, cofundador e CEOBerdichevsky foi o sétimo funcionário da Tesla, contratado em 2004 como principal engenheiro de bateria do Roadster, a primeira tentativa da empresa de um carro elétrico para o mercado consumidor. Quando foi lançado, ele estava mais interessado em encontrar novas maneiras de tornar as baterias de íon de lítio com as quais estava trabalhando muito mais baratas e eficientes. “Após o lançamento do Roadster, foi uma decisão de construir minha própria empresa ou ficar e fazer o projeto Model S”, diz Berchidevsky, que saiu em 2008 e abriu a Sila Nano em 2011.
A equipe da bateria desenvolveu um ânodo (elétrodo através do qual a carga elétrica positiva flui para o interior de um dispositivo elétrico polarizado) à base de silício para substituir o grafite mais caro. O material pode tornar as baterias usadas pela Tesla e outros fabricantes de veículos elétricos pelo menos 20% mais eficientes e, eventualmente, talvez melhorar o desempenho em 50%, de acordo com a empresa. Ele arrecadou US$ 930 milhões, incluindo uma rodada de US$ 590 milhões em janeiro que elevou a avaliação da Sila Nano para cerca de US$ 3,3 bilhões e forneceu fundos para sua primeira planta de grande escala, que será inaugurada em 2024. “Foi uma longa jornada, mas fundamentalmente adoro fazê-la.”
Henrik Fisker
Fisker Inc., Cofundador e CEO
Fisker, um famoso designer que uma vez estilizou um BMW roadster para James Bond e liderou o estúdio de design da Aston Martin, atuou como consultor de design para o Model S. Musk não gostou de seu design e (sem sucesso) o processou em 2008 por quebra de contrato , alegando que o empresário dinamarquês fechou o contrato para espionar a Tesla (o que Fisker negou). A primeira tentativa do designer em um concorrente da Tesla, o carro de luxo híbrido Karma, falhou devido a uma série de complicações – incêndios na bateria, falhas de montagem e até mesmo um carregamento de carros perdidos em um furacão de 2012. Ele fechou a Fisker Automotive em 2014.
Atualmente, ele está de volta com uma nova empresa, com capital aberto, a Fisker Inc., e se preparando para vender os crossovers elétricos Ocean. O SUV movido a bateria, com preço a partir de US$ 37.500, será construído com a gigante da engenharia automotiva Magna e competirá diretamente com o Model Y da Tesla. Fisker, que abriu o capital em um acordo SPAC de 2020, está a um ano de iniciar a produção, mas já tem um capitalização de mercado de US$ 4 bilhões e cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro para desenvolvimento de produtos. Levantar fundos para lançar uma startup automotiva foi uma lição importante desde os primeiros dias. “A indústria automotiva não é realmente o tipo de indústria que o Vale do Silício deveria ou deseja investir”, diz Fisker, relembrando os problemas de dinheiro que surgiram na Fisker Automotive. “A Tesla saiu disso rapidamente… Elon tinha muito dinheiro (do PayPal) quando entrou na Tesla, então isso ajudou. Em seguida, ele conseguiu abrir o capital no início de 2010… Não era.”
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