Analistas de mercado rebaixaram suas recomendações para as ações da estatal Petrobras nos últimos dias, após o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado na sexta-feira (19) a indicação de um novo presidente-executivo para a companhia.
A XP Investimentos cortou a recomendação para os papéis da Petrobras de “neutro” para “venda” no domingo, em relatório sob o título “Não há mais como defender”. Os analistas da corretora ressaltaram a sinalização negativa com o anúncio de Bolsonaro sobre mudança no comando da companhia, mesmo ainda sem saber que novidades Silva e Luna trará.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
“O que importa, em nossa opinião, é a mensagem que está sendo transmitida ao mercado: está se tornando cada vez mais difícil, do ponto de vista político, para a Petrobras implementar uma política de preços em que o valor dos combustíveis variam de acordo com as variações do câmbio e do barril de petróleo (principalmente no caso do diesel, dadas as pressões da categoria dos caminhoneiros)”, afirmaram em relatório.
O BTG Pactual rebaixou a recomendação para “neutra”, enquanto o Bradesco reduziu para “underperform”. O Credit Suisse, ainda, baixou a recomendação para “underperform” e reduziu pela metade o preço-alvo para os papéis, de R$ 16 para R$ 8, e citou “muitas incertezas”.
Analistas do Itaú BBA colocaram a recomendação para os papéis da estatal “sob revisão”, e falaram de uma sensação de “déjà vu”, e apontaram que “mais uma vez, o governo interveio” nas políticas da petroleira.
Em relatório, o time do Itaú BBA lembrou que a Lei das Estatais (13.303/2016) e o estatuto da Petrobras deveriam blindar a empresa de uso político, o que sujeita a empresa a riscos de processos caso suas operações sejam tocadas em desacordo com seus interesses econômicos. “O novo estatuto foi aprovado no final de 2017, e seu potencial descumprimento poderia elevar riscos de litígio para a companhia e seus representantes”, afirmou.
Os analistas do banco ainda calcularam que operar com preços dos combustíveis abaixo da paridade internacional poderia gerar fortes perdas para a Petrobras em 2021. Elas seriam de US$ 1,8 bilhão caso as cotações ficassem 5% abaixo da paridade, e de US$ 5,4 bilhões se houver descompasso de 15%, com impacto sobre a alavancagem, que aumentaria.
O indicado para o cargo de CEO da Petrobras, Silva e Luna, falou à Reuters no fim de semana em “buscar um equilíbrio” para a política de preços da estatal, e citou os interesses de acionistas, do mercado e do “povo”, devido ao impacto dos preços sobre a cadeia produtiva. (com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.