A Braskem informou hoje (1) que calculou em R$ 10,1 bilhões as provisões totais sobre o fenômeno de afundamento do solo em Maceió que causou a realocação de milhares de famílias na capital alagoana.
Em apresentação a analistas, a companhia afirmou que já desembolsou R$ 1,2 bilhão do total da provisão e que em 2021 os trabalhos vão consumir R$ 4,1 bilhões. Outros R$ 4,8 bilhões deverão ser desembolsados entre 2022 e 2025.
Segundo a empresa, o desembolso previsto para este ano não vai afetar a geração de caixa operacional da companhia uma vez que a petroquímica possui recursos que incluem R$ 1 bilhão em créditos de PIS/Cofins que espera monetizar neste ano e R$ 1,7 bilhão em reparação a ser recebida de companhias de seguro. Os recursos em caixa da empresa somam cerca de R$ 8,5 bilhões.
As ações da Braskem exibiam alta de 5,1% por volta das 16h, enquanto o Ibovespa subia 1,7%.
A companhia afirmou que até o fim de 2020 realocou 9.200 famílias de um total de cerca de 15 mil afetadas pelo fenômeno, atribuído por autoridades à atividade de mineração de sal em poços de extração da companhia em atividade na cidade.
Segundo executivos da companhia, a fábrica de cloro-soda de Maceió, que foi paralisada em 2019, deve retomar operação “nos próximos dias”, após investimentos de R$ 60 milhões na unidade.
O fenômeno disparou três processos bilionários de autoridades brasileiras, incluindo o Ministério Público Federal, contra a Braskem, que foram encerrados no ano passado após acordos com a empresa. Os acertos incluíram uma série de obrigações da companhia para com o fechamento dos poços de extração e reparação das vítimas, além de um estudo de impacto ambiental que deverá ser concluído “no segundo semestre deste ano”, afirmaram executivos da companhia durante a apresentação.
Este estudo, a ser realizado por uma consultoria independente, terá como objetivo determinar se as atividades de extração de sal da Braskem na região de Maceió criaram impactos ambientais. A partir das conclusões deste levantamento, as autoridades e a empresa poderão fechar um acordo sobre eventuais valores adicionais a serem desembolsados pela petroquímica.
Os executivos explicaram que a Braskem também enfrenta um número não revelado de processos individuais e que uma das prioridades da companhia neste ano é conseguir que estes queixosos aceitem os termos de reparação propostos pela companhia nos acordos com as autoridades.
Questionados se o mapa da área de moradias sob risco, que passou por uma série de ampliações nos últimos meses, poderá ser novamente expandido no futuro, executivos da Braskem afirmaram que o levantamento da área afetada “é amplo e conservador, incluindo regiões que podem ser impactadas no longo prazo”. (Com Reuters)
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