A geradora e comercializadora de energia Rio Alto Energias Renováveis contratou bancos para buscar levar adiante uma Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês) que teria como objetivo levantar recursos para investimentos em usinas solares, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
A oferta deve envolver de R$ 750 milhões a R$ 900 milhões, e a entrega de documentos para formalização das intenções junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é prevista para os próximos dias, ainda de acordo com as fontes, que falaram sob anonimato porque não tinham aval para conversar com a imprensa.
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A usina solar tem cerca de 90 megawatts operacionais e mais 156 megawatts em fase final de construção, segundo informações divulgadas anteriormente pela empresa. A Rio Alto tem um primeiro objetivo de alcançar até 2023 a marca de 1,2 gigawatt em usinas solares operacionais, enquanto em 2025 a empresa poderia chegar aos 3 gigawatts, segundo informações de um vídeo institucional no site da companhia.
Procurada, a Rio Alto não respondeu de imediato a um pedido de comentários enviado por e-mail. Não foi possível falar de imediato com os representantes dos bancos. A intenção da Rio Alto de realizar a oferta vem em momento agitado no mercado de ações brasileiro, com o registro de diversos IPOs.
Credit Suisse, BTG Pactual, XP Investimentos e Bradesco BBI foram contratados para apoiar a Rio Alto na transação, disseram as fontes. Criada em 2009, a Rio Alto possui atualmente uma usina solar em operação, do complexo Coremas, na Paraíba, e uma unidade de comercialização de energia.
Movimentação no mercado
Se ela tiver sucesso, será a segunda empresa de comercialização de energia a abrir o capital na bolsa brasileira, depois da estreia da Focus Energia em um IPO realizado no início de fevereiro, que levantou R$ 765 milhões também mirando a construção de usinas solares. Antes da Focus, as comercializadoras 2W Energia e Compass, essa última da Cosan, haviam tentado abrir capital, mas recuaram antes de efetivar as ofertas.
O movimento das “tradings” de energia elétrica ocorre em meio a uma acelerada expansão do mercado livre de eletricidade, onde consumidores com grande demanda como indústrias e centros comerciais negociam contratos de suprimento e preços diretamente com os fornecedores.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por monitorar e registrar operações no mercado, houve salto de 16% no número de comercializadoras em atividades em 2020, para 397 empresas. Esse ritmo de crescimento foi o segundo maior já visto, atrás apenas de um recorde de 2016.
O movimento é impulsionado em parte por perspectivas de uma reforma, apoiada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, que prevê ampliar gradualmente o mercado livre, ao permitir que empresas menores atuem no setor até uma abertura gradual para todos os consumidores no futuro.
Segundo o projeto, poderia haver uma liberação total desse mercado após 42 meses da aprovação da nova regulação, o que abriria possibilidade para que até clientes residenciais comprassem energia junto a comercializadoras. (com Reuters)
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