Fundos e especuladores que atuam nos mercados futuros dos Estados Unidos aumentaram suas apostas de baixa contra o real pela quinta semana consecutiva, maior sequência do tipo em quase um ano, mostraram dados da última sexta-feira (12). O real acumula baixa de 3,39% ante o dólar neste ano, e fica entre as dez divisas de pior desempenho em 2021, de acordo com dados da Refinitiv.
Números divulgados pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC) mostraram que os fundos elevaram suas apostas contrárias ao real em 2.917 contratos, para 17.366 contratos, na semana até 9 de fevereiro, a maior posição vendida (aquela que ganha com a queda do preço de um ativo, no caso, o real) em dois meses.
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Depois de despencar 22,7% em relação ao dólar no ano passado, muitos analistas esperavam que o real tivesse uma forte recuperação no começo deste ano, especialmente num momento em que o Banco Central caminha para sua primeira alta de juros desde 2015 em meio à inflação em alta.
Mas a segunda onda devastadora de coronavírus, uma possível contração econômica no primeiro trimestre e o alto desemprego aumentou a pressão sobre o governo, que agora admite avaliar uma nova rodada de auxílio emergencial.
Isso tem intensificado temores de investidores sobre as perspectivas fiscais e pesado na moeda, o que anulou o viés de alta para o real proveniente de expectativas de que o BC em breve começará a apertar a política monetária.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na última semana que os altos níveis de volatilidade da moeda e prêmios de risco no Brasil são em grande parte devido às perspectivas fiscais preocupantes. (com Reuters)
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