Os preços de aço no mercado brasileiro estão dentro da meta da Usiminas, com uma diferença para cima em relação aos valores internacionais de 10%, afirmou o diretor comercial da maior produtora de aços planos do Brasil, hoje (12).
“O objetivo saudável para qualquer mercado interno é um prêmio em torno de 10%. Hoje estamos atendendo este objetivo”, afirmou Miguel Homes Camejo em videoconferência com analistas ao responder sobre eventuais novos reajustes de preços de aço no Brasil.
A Usiminas divulgou mais cedo forte resultado operacional impulsionado em parte por altas sequenciais de preços na liga nos últimos meses, além de melhora na demanda.
Com isso, ao menos no curto prazo, a companhia pode ter encerrado movimento de reajustes, após aplicar altas em janeiro e fevereiro na esteira de fortes incrementos de custos de matéria-prima entre dezembro e o início deste ano, disse Camejo.
O executivo confirmou que a Usiminas reajustou parte dos contratos de fornecimento de aço para o setor automotivo que entram em vigor em janeiro em cerca de 40% e que os acertos com as montadoras restantes deverão ocorrer entre março e abril e poderão ficar acima do índice anterior.
“Desde janeiro houve incremento adicional nos preços internacionais e custos de matéria-prima. E os contratos de março/abril vão ter de refletir os movimentos de outubro até hoje”, afirmou Camejo sem mencionar números. Ele explicou que as negociações com as montadoras têm que ser feitas entre 60 e 90 dias antes da assinatura dos contratos.
Segundo o executivo, os contratos com o setor automotivo iniciados em janeiro correspondem a 20% a 25% dos negócios da Usiminas com montadoras no país.
A Usiminas terminou 2020 com um caixa de cerca de R$ 4,9 bilhões e uma alavancagem de 0,3 vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
O vice-presidente de finanças da companhia, Alberto Ono, afirmou durante a videoconferência que a prioridade de alocação de capital da Usiminas é financiar os investimentos. Para 2021, a empresa estima investimento de R$ 1,5 bilhão, dos quais 600 milhões serão usados em preparação para a reforma geral em 2022 do alto-forno 3 da usina de Ipatinga (MG).
“A segunda prioridade é avaliarmos se poderemos reduzir o endividamento bruto”, disse Ono. A dívida bruta da Usiminas somava R$ 6 bilhões no final de 2020.
Para o alto-forno 2, a perspectiva é de ser reativado em junho. O equipamento foi desligado em abril passado pelos impactos da pandemia e o retorno deve elevar a produção anualizada de aço da Usiminas em 600 mil toneladas, disse Ono.
O religamento reflete um cenário otimista para o mercado de aço no Brasil este ano, com perspectiva de crescimento do PIB de cerca de 3,5%, afirmou Camejo, citando previsões de alta de produção de setores como automotivo, de máquinas e equipamentos e da construção civil. O executivo afirmou que a expectativa é que o consumo de aço no país aumente 6% este ano.
Isso, porém, ainda não é suficiente para que a Usiminas tome a decisão de reativar as áreas de produção de aço bruto da usina paulista de Cubatão, desligadas antes mesmo da pandemia diante da fraca demanda nacional, disse Ono.
Com isso, a usina de Cubatão seguirá comprando placas de terceiros para laminação. Ono afirmou que embora a Usiminas deva ampliar sua produção em meados do ano com a reativação do alto-forno 2 de Ipatinga, “dependendo da economia, pode ser que continuaremos comprando placas”. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.