Pouco mais de um ano após um ano do início da pandemia do novo coronavírus, setores ainda vivem com as incertezas de retomada 100% de suas atividades, ao menos que sejam essenciais. Desde os primeiros meses da chegada da Covid-19, o setor hoteleiro é um dos mais afetados pelo mundo.
Viajar com segurança, se hospedar com todos os protocolos de precaução à saúde e ter uma boa estrutura para trabalhar longe de casa têm sido pontos colocados em buscas por hotéis. Com isso, medidas que já eram colocadas em prática de forma “tímida” por algumas grandes redes hoteleiras, tiveram de ser aceleradas.
LEIA MAIS: 16 estonteantes novos hotéis para viajar quando a pandemia permitir
Ligada a este cenário e com o intuito de reduzir os impactos causados pela pandemia no setor, a rede de hotéis Accor firmou uma parceria com a Microsoft para lançar o All Connect, uma nova ideia para a realização de eventos híbridos, com suporte do Microsoft Teams, que permitirá reuniões físicas e virtuais aos hóspedes em todo o mundo.
Atualmente, 55% dos hotéis da rede com salas de reunião já oferecem soluções de encontros virtuais para seus clientes. Com lançamento previsto para abril deste ano, o All Connect deverá chegar a 100% da rede e marcas da Accor até 2022. O atendimento será feito ao hóspede do econômico ao ultra luxo, concentrando-se principalmente em pequenas reuniões de oito a 50 participantes físicos.
Apesar das expectativas mundiais serem pessimistas, prevendo apenas para 2024 a recuperação do setor, alguns hotéis, por todo o mundo, já buscam adequar seus custos e criar receitas, para diminuir os prejuízos em 2021. É o que faz a Accor nos 110 países que atende, com quase 4.000 hotéis, de 34 bandeiras.
Uma recente pesquisa da Accor revelou que 50% das reuniões presenciais planejadas pelos clientes da empresa em 2021 mudarão para formatos virtuais. Também indica que 70% dos entrevistados enxergam as reuniões híbridas como um serviço importante no futuro. Segundo Andre Sena, CCO (Chief Commercial Officer) da Accor América do Sul, a parceria surgiu por conta da atenção das redes ao mercado e a inovação deve perdurar e ser tendência no pós-pandemia.
“Dado ao cenário de pandemia, de comportamento e da alta das reuniões remotas, nós buscamos parceiros para conseguirmos viabilizar e acelerar esse processo que já era bem feito por nossa rede, agora com a Microsoft Teams, damos um ‘up’ nesse serviço. Eles nos enxergam também como parceiros”, disse Andre, em entrevista exclusiva à Forbes.
Na prática, o novo conceito permitirá que clientes corporativos combinem reuniões físicas no hotel com interações virtuais em diversos locais simultaneamente, através da plataforma Microsoft Teams. Assim, as pessoas poderão apresentar conteúdos e ver os participantes virtuais como se estivessem todos na mesma sala. A oferta também contará com o ALLSAFE, o programa exclusivo de limpeza, prevenção e segurança da Accor.
“Uma parceria de várias partes. Com estudos e criação de pacotes e soluções que atendam as necessidades de nossos clientes nesse atual momento. No curto prazo, é uma medida mais prática e a médio prazo o desenvolvimento de produtos e serviços Software e Hardware”, afirmou Sena.
A 160ª edição do InFOHB do ano passado apresenta números indicando que no Brasil houve uma variação negativa de 48,2% na taxa de ocupação no setor de hotelaria, se comparados os meses de novembro dos anos de 2019 e 2020. Ainda segundo o relatório do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), os dados no período de janeiro a novembro de 2020 apresentam uma queda de 50,7%, enquanto na diária média, a queda foi menos impactante, com 5,4%.
LEIA MAIS: 5 hotéis pelo Brasil com vistas extraordinárias
As regiões do Brasil mais afetadas durante o ano foram o Sudeste, com um decréscimo de 52,5%, e o Norte, que teve uma baixa de 40,3%. Enquanto isso, a análise sobre a diária média em cada região registrou um acréscimo no Nordeste, em relação ao ano anterior. O aumento de 3,9% deixou a área, como a única em situação de crescimento.
Parceria na crise
Em momentos de crise, empresas passam a buscar soluções para continuarem com suas atividades a todo vapor. Com a chegada da Covid-19, não seria diferente. Parcerias entre grandes companhias estão sendo feitas com o intuito de reduzir os danos causados pela pandemia em diversos setores. Para Andre, trata-se de um reflexo do atual momento vivido pela crise sanitária.
“Nós já fazíamos isso antes mesmo da pandemia. O ideal é partir do princípio de como nós podemos fazer essas junções, como podemos agregar valores, conhecimentos e produtos. Seja no atendimento ao cliente ou na tecnologia, precisamos compartilhar das mesmas ideias e assim atender as necessidades de quem busca pelos nossos serviços”, comentou Sena.
Falando em faturamento, a Accor não estima quanto a empresa pode lucrar e quanto já foi investido com essa parceria, pois trata-se de uma “coisa nova e que passa por testes”. No entanto, Andre comenta que as parcerias impactam consideravelmente nas finanças da empresa. “É difícil falar em números hoje, mas tem crescido muito rápido a nossa receita vindo de parcerias com outras grandes empresas. Tudo isso tem surtido algum efeito nas finanças da companhia”, completou.
A Forbes também procurou a Microsoft, no entanto, a empresa não se posicionou sobre a parceria até a publicação desta reportagem.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.