A Equatorial Energia venceu o leilão de privatização da distribuidora de energia elétrica CEEE-D, controlada pelo governo do Rio Grande do Sul, ao apresentar hoje (31) a única oferta pela companhia, em pregão realizado na bolsa paulista B3.
A empresa ofereceu R$ 100 mil pela elétrica, o dobro do valor mínimo definido pelo ativo, de R$ 50 mil.
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O resultado surpreendeu, uma vez que analistas viam a CPFL Energia, da chinesa State Grid, como a grande favorita na disputa, embora também esperassem uma possível participação da Equatorial no certame.
A CPFL, que declarou publicamente em diversas ocasiões que avaliaria a CEEE-D, não chegou nem a se habilitar para o leilão, que teve a Equatorial como única empresa cadastrada.
“É uma concessão muito importante, uma concessão que realmente vai fazer muito bem para o Grupo Equatorial”, disse o presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, em mensagem em vídeo após a licitação.
“O que queremos falar é que prometemos trabalhar diuturnamente, fazer os investimentos prudentes e necessários para essa concessão e tentar melhorar a qualidade. Com certeza esses investimentos que faremos lá em muito ajudarão o Estado”, acrescentou ele.
O executivo não citou projeções de aportes na CEEE-D.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que participou da cerimônia devido à assessoria prestada pelo banco ao processo, disse que as regras da desestatização preveem mais recursos para a área atendida pela companhia gaúcha.
“Serão R$ 1,6 bilhão investidos ao longo da concessão, e o ICMS voltará a ser recolhido pelo estado”, afirmou ele.
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Em meio a dificuldades financeiras, a CEEE-D acumulava, em junho de 2020, R$ 3,38 bilhões em dívidas por ICMS junto ao governo estadual.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defendeu a importância da desestatização e disse que o baixo valor cobrado pela empresa de energia deve-se a seus elevados passivos.
“Isso precisa estar claro, porque alguém apressadamente poderia dizer que uma companhia está sendo vendida por R$ 100 mil. Mas na verdade o que está sendo levado por R$ 100 mil, além da obrigatoriedade de investimentos, é um conjunto de obrigações”, afirmou ele.
A negociação da CEEE-D exigiu mudança prévia na Constituição estadual do Rio Grande do Sul, que previa realização de plebiscito para a venda de algumas empresas públicas locais incluindo a elétrica.
A CEEE-D atende 1,6 milhão de clientes em 72 municípios gaúchos. (Com Reuters)
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