O Ibovespa fechou o pregão de hoje em alta, avançando 0,27% aos 110.334 pontos, com suporte do noticiário corporativo e na esteira da recuperação dos ativos em Wall Street. As altas foram limitadas após o jornal O Globo divulgar que o governo pretende aumentar os impostos sobre os bancos com o objetivo de zerar a cobrança de tributos do diesel e gás de cozinha.
O fôlego do dia, no entanto, veio da estabilização nos rendimentos dos títulos públicos norte-americanos na faixa 1,4%. A disparada nos rendimentos havia pesado sobre o mercado na última semana. Além da estabilização nos Treasuries, o retorno do apetite por riscos encontra amparo na aprovação na Câmara dos EUA do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, proposto pela Casa Branca. O projeto agora deverá ser apreciado no Senado, onde os democratas também têm maioria.
O Dow Jones disparou 1,95% o Nasdaq teve alta de 3,01% e o S&P 500 terminou o dia ganhando 2,38%, registrando o melhor desempenho diário desde junho.
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No contexto doméstico, o mercado acompanha nesta semana a votação da PEC Emergencial, que abre caminho para retorno dos pagamentos do auxílio emergencial. O texto encontra resistência no Senado por incluir pontos como a desvinculação das receitas de saúde e educação.
O governo negocia com os senadores mudanças nos temas divergentes. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje que o auxílio será pago até junho deste ano em parcelas mensais de R$ 250.
Em dia de sobe e desce no câmbio, o dólar fechou perto da estabilidade ante o real, caindo 0,07% e negociado a R$ 5,60 na venda, refletindo os receios de fatiamento da PEC Emergencial e de potenciais impactos do agravamento da pandemia na atividade econômica.
Nos indicadores, o Boletim Focus divulgado hoje revela que o mercado segue dando sequência a expectativa de aumento na inflação para este ano, com as projeções para o IPCA em 2021 agora em 3,87%, contra 3,82% da semana anterior. A expectativa está acima do centro da meta oficial de 3,75% e na oitava semana seguida de alta.
“Apesar de todo este cenário, os indicadores de PIB ainda permanecem sustentados, indicando uma queda modesta no primeiro trimestre, porém maior do que era esperado há alguns anos. Por outro lado, há uma deterioração das expectativas de inflação. Este cenário, junto com uma piora das perspectivas fiscais, pode motivar o início de um aumento na taxa de juros na próxima reunião do Copom”, comenta João Beck, economista e sócio da BRA.
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