O Forbes Radar de hoje (5) tem como destaque os balanços financeiros do quarto trimestre de 2020, com Iguatemi reportando queda de 26,7% em seus resultados no período, para R$ 82 milhões, enquanto a Natura reverteu o prejuízo do ano anterior e encerrou 2020 com lucro líquido consolidado de R$ 175,7 milhões.
Veja estas e outras notícias de negócios do dia:
Vale (VALE3)
A Vale informou via Fato Relevante na noite de ontem (4) uma atualização no valor dos proventos a serem distribuídos aos seus acionistas no dia 15 de março. O pagamento bruto passou para R$ 4,26164 por papel, sendo R$ 3,4259 por ação na forma de dividendos e R$ 0,8357 por ação na forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Os novos valores refletem uma alteração do número de ações em tesouraria da Vale em função do pagamento da remuneração de longo prazo (“matching”) de seus executivos.
PetroRio (PRIO3)
A PetroRio informou a aquisição da participação de 28,6% no Bloco BM-C-30 (Campo de Wahoo). Somada à parcela de Wahoo adquirida da BP, a participação da PetroRio na concessão passará a ser de 64,3%, quando concluídas as duas transações, sujeitas a condições precedentes.
Wahoo, com descoberta de óleo em 2008 e teste de formação realizado em 2010, tem potencial para produzir mais de 140 milhões de barris (100% do campo). A companhia estimou uma produtividade média inicial superior a 10 mil barris por dia/poço, com potencial para superar os 40 mil barris/dia em Wahoo, baseado nos resultados do teste de formação realizados em um poço exploratório.
Tupy (TUPY3)
A Tupy segue com a trajetória de recuperação iniciada no terceiro trimestre, fechando 4T20 com a maior receita para este período até hoje, R$ 1 bilhão, crescimento de 11,6% em relação ao 4T19.
O lucro bruto de R$ 217 milhões (24,6% maior que no 4T19) e o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 225 milhões, com margem de 17,7%, ante 17,0% no 4T19, também são os maiores já registrados num quarto trimestre. Já o lucro líquido atingiu R$ 86 milhões, crescimento de 19% na comparação com o ano anterior.
Banco Inter (BIDI4)
A Inter Invest, a plataforma de investimentos do Banco Inter, vai aumentar de 50% para 100% o cashback de fundos de investimento para clientes membros de comunidades com volumes investidos superiores a R$ 3 milhões no fechamento de cada mês. O valor será pago no mês seguinte ao fechamento e é válido para todos os fundos que pagam cashback (após o recolhimento de tributos). O benefício é válido até 28 de fevereiro de 2022.
Segundo a instituição financeira, o cashback turbinado de fundos vem para complementar o benefício de melhores taxas em CDBs e LCIs que investidores integrantes de comunidades de investimento já recebem atualmente.
CCR (CCRO3)
A CCR teve no quarto trimestre crescimento (+4,6%) no tráfego nas rodovias que administra pela primeira vez desde o início da pandemia, refletindo menores restrições à circulação, mas fechou o período com prejuízo devido a uma baixa contábil.
Os efeitos prolongados das restrições, com efeitos maiores sobretudo nas concessões da companhia em aeroportos e mobilidade urbana, levaram a receita líquida para R$ 2,56 bilhões, queda de 3,3% ano a ano.
Segundo o gestor de relações com investidores da CCR, Marcus Vinícius Vieira, a recuperação nos diferentes modais vinha se estendendo nesses primeiros meses de 2021 e a companhia agora aguarda seu relatório semanal de tráfego desta semana, após governos regionais pelo país terem voltado a restringir mais a circulação devido a uma segunda onda da pandemia.
A dívida líquida consolidada do grupo encerrou o trimestre em R$ 13,6 bilhões. De outubro a dezembro, o Ebitda ficou em R$ 1 bilhão, uma queda de 29,1% em relação ao ano anterior.
Randon (RAPT4)
A Randon encerrou o 4T20 com lucro líquido de R$ 490,4 milhões, quase 10 vezes maior do que os R$ 52,87 milhões registrados no mesmo período de 2019. De janeiro a dezembro, os ganhos avançaram 168,4%, para R$ 664,7 milhões. O Ebitda foi de R$ 668,5 milhões, acréscimo de 316% no comparativo anual.
A receita líquida atingiu R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre, alta de 40,7% e, no ano, somou R$ 5,4 bilhões, avanço de 6,5% ante 2019.
Elétrica Rio Energy
A Elétrica Rio Energy, controlada pelo grupo norte-americano de private equity Denham Capital, pediu registro para uma Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês) na Bovespa.
A empresa, que opera usinas eólicas e tem projetos de energia solar, contratou Itaú BBA, Bank of America Merrill Lync, UBS-BB e Bradesco BBI para coordenar a operação, segundo prospecto preliminar divulgado ontem (5).
Acionistas controladores vão vender uma fatia do negócio na oferta. O documento não informa como a empresa planeja usar os recursos com a venda de ações novas.
A Rio Energy tem três parques eólicos operacionais que somam quase 485 megawatts em potência instalada, na Bahia e no Ceará.
Além disso, a companhia tem em construção dois empreendimentos eólicos na Bahia -que devem começar a gerar em abril de 2021 e julho de 2022- e um no Ceará, previsto para iniciar também em 2022.
Rumo (RAIL3)
A Rumo estimou ontem (4) investimentos de R$ 3,3 bilhões a R$ 3,9 bilhões para este ano, quando espera que os volumes transportados fiquem entre 72 bilhões e 76 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU).
A companhia, braço de logística do grupo Cosan, também projetou Ebitda de R$ 4 bilhões para R$ 4,4 bilhões em 2021.
Também foram divulgadas previsões para 2025, quando a Rumo calcula volume transportado de 99 bilhões a 109 bilhões de TKU, com Ebitda entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões.
Nesse contexto, a empresa estima que o capex (montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital) de 2021 a 2025 deve ficar entre R$ 16,5 bilhões e R$ 18,5 bilhões.
https://forbes.com.br/forbes-money/” target=”_blank” rel=”noopener noreferrer”>LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Natura&Co (NTCO3)
A Natura&Co, controladora de marcas como Avon e The Body Shop, divulgou o resultado do quarto trimestre no esperado pelo mercado, apoiada em crescimento de receita e controle de custos.
A companhia teve lucro líquido consolidado de R$ 175,7 milhões no quarto trimestre, período em que o grupo lançou uma oferta pública de ações que atingiu R$ 5,6 bilhões. O desempenho reverteu resultado negativo de um ano antes, apesar de restrições à circulação em vários países onde a empresa atua. A empresa teve um Ebitda de R$ 1,25 bilhão no período, salto de 21,3%.
A Natura&Co também anunciou que o vice-presidente financeiro, José Antonio Filippo, vai deixar o grupo no final do ano, e que Guilherme Castellan, egresso do grupo de bebidas AB InBev, vai assumir a posição de vice-presidente adjunto.
A receita líquida da companhia no quarto trimestre somou cerca de R$ 12 bilhões, expansão de 24,3% na comparação anual. Enquanto isso, o custo de mercadoria vendida evoluiu 24%.
Segundo a Natura, as vendas digitais totais do grupo subiram 79% no trimestre, com as vendas online da marca Aesop atingindo 30% da receita. Na marca Natura, o número de pedidos nos mais de 1 milhão de lojas online de consultoras cresceu 60% sobre o quarto trimestre de 2019.
B2W (BTOW3)
A B2W teve um salto em suas principais linhas de resultados no quarto trimestre, beneficiando-se do salto no comércio eletrônico no Brasil durante a pandemia.
A companhia controlada pela Lojas Americanas informou ontem (4) que suas vendas totais (GMV) somaram R$ 9,18 bilhões de outubro a dezembro, crescimento de 38,2% contra um ano antes, impulsionando a receita líquida em 50%, para R$ 3,33 bilhões.
Na mesma linha, o Ebitda ajustado somou R$ 385,7 milhões de outubro a dezembro, crescimento de 51,7% ano a ano, em linha com a previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 386,2 milhões.
No fim de 2020, a B2W, que é dona de sites como Americanas.com e Submarino, tinha uma base de clientes ativos de 21,4 milhões, 5,4 milhões a mais do que um ano antes, fruto de iniciativas para ampliar a prateleira de produtos e criar mais recorrência, incluindo com a compra do Supermercado Now.
A B2W, que recentemente anunciou plano para possível combinação operacional de negócios com a Americanas, teve lucro líquido de R$ 15,6 milhões no quarto trimestre, ante prejuízo de R$ 22,3 milhões um ano antes.
A empresa informou ainda que teve aceleração de 83% nas vendas em janeiro e de 90% em fevereiro deste ano, com impulso da forte performance do marketplace.
Lojas Americanas (LAME4)
A Lojas Americanas divulgou o lucro líquido do quarto trimestre de R$ 400,4 milhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019. O Ebitda recuou 5,8% em termos ajustados, para R$ 993,5 milhões
A receita líquida caiu 4,8%, para R$ 4,11 bilhões, com o custo de mercadorias vendidas e serviços prestados recuando 3% e as despesas operacionais mostrando baixa de 2,9%.
Em termos consolidados, o faturamento subiu 15%, para R$ 7,4 bilhões, com uma expansão de vendas totais medidas pelo conceito GMV de 18,4%, realçando o desempenho da unidade de comércio eletrônico B2W, que mostrou crescimento de 38,2% no GMV do quarto trimestre sobre um ano antes.
Iguatemi (IGTA3)
A operadora de shopping centers anunciou lucro líquido de R$ 82 milhões no 4T20, queda de 26,7% na comparação com um ano antes. Com isso, a receita líquida da operadora, de R$ 184,4 milhões, foi 12,7% menor na comparação ano a ano. O Ebitda atingiu R$ 162,2 milhões, queda de 19%.
No trimestre, as vendas totais atingiram R$ 3,6 bilhões, recuo de 14,4% no comparativo anual. Pelo critério de mesmas lojas (SSS), as vendas foram 11,8% menores.
A inadimplência líquida foi de 9,3%, um aumento de 10,1 pontos percentuais ano a ano. E a taxa de ocupação caiu 3 pontos percentuais, para 91%.
Enquanto isso, os aluguéis mesmas lojas (SSR) recuaram 3,3%, com R$ 317 milhões em receita bruta de aluguel.
O Iguatemi teve uma recuperação parcial no quarto trimestre, com afrouxamento das medidas de isolamento social, mas seguiu com queda nos comparativos anuais devido aos efeitos continuados da pandemia da Covid-19 sobre o comércio físico.
A empresa disse que seguiu implementando medidas de contenção de despesas, que caíram 20,8%, mas os custos subiram 19,8% em virtude do aumento dos custos com áreas vagas.
Odontoprev (ODPV3)
A Odontoprev teve lucro líquido de R$ 83,6 milhões no quarto trimestre de 2020, uma alta de 16,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.O lucro líquido anual foi de R$ 361,1 milhões, alta de 26,8%.
A receita líquida do último trimestre recuou 1,8% comparado com o 3T19, para R$ 446,9 milhões. Já no acumulado do ano a receita somou R$ 1,76 bilhão, uma queda de 1,7%.
O Ebitda ajustado foi de R$ 127,5 milhões no último trimestre de 2020, uma alta de 22,2% em relação ao mesmo período de 2019. O Ebitda anual foi de R$ 543,5 milhões, alta de 29,9%.
MRV (MRVE3)
A construtora MRV teve um lucro líquido de R$ 196 milhões de outubro a dezembro de 2020, alta de 29,8% em relação a igual etapa de 2019. As vendas líquidas totalizaram R$7,4 bilhões no período, aumento ano a ano de 43,3%. O Ebitda somou R$ 327 milhões, alta de 41,9% em 12 meses.
A companhia já havia anunciado em janeiro que suas vendas no trimestre deram um salto de 49,1% ano a ano, com a crescente oferta de crédito imobiliário. Já os lançamentos tiveram queda de 10,2% contra um ano antes, diante dos impactos causados pela pandemia, frustrando a previsão da companhia para um recorde no período.
(Com Reuters)
Calendário de divulgação dos próximos resultados:
- Magazine Luiza (MGLU3)
- Marfrig (RFG3)
- Santos Brasil (STBP3)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.