O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (16) em queda de 0,72% aos 114.018 pontos, puxado por recuos nos papéis da Petrobras em uma sessão marcada por volatilidade e cautela dos investidores às vésperas da ‘Super Quarta’, quando serão conhecidas os rumos das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.
No cenário doméstico, a expectativa é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) faça a primeira elevação nos juros da economia em seis anos, aumentando em 0,50 p.p., para 2,5% a taxa Selic. Nos EUA, os investidores esperam que o FOMC (Federal Open Market Committee) dê sinais sobre mudanças na política monetária diante das expectativas de pressão inflacionária com a iminente reabertura da economia.
Na análise do economista e sócio da BRA, João Beck, além da decisão de amanhã, o mercado espera ainda colher indícios sobre a condução da política monetária ao longo de 2021, observando “se o Copom pode tomar um caminho de altas mais acentuadas por um período curto ou altas graduais por períodos mais longos”, comenta.
A pandemia e o ritmo da vacinação no Brasil seguem também no radar do mercado após novas mudanças no comando do Ministério da Saúde. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o médico Marcelo Queiroga para o cargo e prometeu uma atuação “mais agressiva” contra a Covid-19.
Dados mais recentes do Ministério da Saúde, mostram que o total de mortos pela doença no país alcançava até a véspera mais de 279 mil pessoas, com o total de infecções em 11,5 milhões.
Para o estrategista-chefe do Itaú BBA, Marcelo Sa, a pandemia é a variável mais importante para analisar como será a performance da Bolsa brasileira em razão dos potenciais efeitos no crescimento econômico e no quadro fiscal do país.
Em análise divulgada hoje a XP Investimentos projetou dois cenários para o fim da vacinação dos grupos de riscos no Brasil (profissionais de saúde e por idade). Em um contexto pessimista, esses grupos estariam vacinados até dia 19 de agosto e no mais otimista, no dia 9 de abril.
Wall Street
Também de olho na decisão do FOMC, os índices em Wall Street terminaram o dia em campo misto, com ações de energia em queda e alta nas de tecnologia. A sessão foi por marcada por volatilidade nas ações e nos treasuries, com o rendimento do título de vencimento em 10 anos voltando a subir no fim do dia, para 1,615%.
De acordo com o estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, o mercado trabalha com o risco do Federal Reserve precisar antecipar o ciclo de alta dos juros, dada a recuperação econômica e pressão inflacionária potencial com o pacote de US$ 1,9 trilhão.
No fechamento, o Dow Jones recuou 0,39% aos 32.825 pontos e o S&P 500 perdeu 0,16% aos 3.962 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,09% aos 13.471 pontos.
Câmbio
O dólar fechou em queda de 0,36% ante o real e negociado a R$ 5,51 na venda, com operadores reduzindo exposição na véspera das decisões de política monetária.
Segundo Sergio Goldenstein, consultor independente da Ohmresearch Independent Insights e ex-chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central, a normalização da política monetária dará algum suporte ao câmbio, reduzindo a possibilidade do dólar ir para R$ 6,00. O especialista, no entanto, não vê a moeda norte-americana abaixo dos R$ 5,00.
“O início da correção na Selic ajuda na correção do câmbio, mas o câmbio depende de mais do que a Selic: depende do quadro fiscal, termos de troca, comportamento global do dólar, Treasuries, ambiente político”, explica Goldenstein. (Com Reuters)
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