O Ibovespa opera em queda de 0,70% aos 114.168 pontos nos primeiros negócios desta terça (23), acompanhando o desempenho das Bolsas globais que são impactadas pelo avanço da terceira onda do coronavírus na Europa e pela continuidade do movimento de aversão a riscos em mercados emergentes.
As campanhas de vacinação têm sido lentas em todos os 19 países da zona do euro, apontando para um novo atraso na reabertura das economias frente ao crescimento de casos e novas medidas de restrição social em países como Alemanha e França.
No radar dos investidores está ainda a participação hoje do presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, Jerome Powell, e da secretária do Tesouro, Janet Yellen, no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara. No encontro será discutida a resposta econômica do país à pandemia. A Casa Branca já prepara um novo pacote de estímulos que pode chegar aos US$ 3 trilhões, desta vez com foco em educação, investimentos em infraestrutura e aumento da produtividade norte-americana.
À espera do encontro, os índices futuros em Wall Street operam em campo misto, com avanço das ações de tecnologia e queda nos rendimentos dos Treasuries nesta manhã, para 1,654% no título com vencimento em 10 anos. Os futuros do benchmark de tecnologia Nasdaq subiam 0,25% aos 13.104 pontos, enquanto os contratos do índice de blue chips, Dow Jones, perdiam 033% aos 32.511 pontos às 10h13, horário de Brasília.
No cenário doméstico, pesa ainda sobre a Bolsa o contexto da pandemia no Brasil e seus impactos sobre a atividade. Dados divulgados hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas) mostram que a confiança do consumidor brasileiro caiu em março para mínima em dez meses, com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuando em 9,8 pontos em março, para 68,2 pontos, mínima desde maio de 2020, quando teve leitura de 62,1.
“A forte queda da confiança dos consumidores é resultado do recrudescimento da pandemia de Covid-19 em todo o país e do colapso do sistema de saúde em várias cidades”, explicou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt.
“A campanha de imunização no país segue lenta, enquanto o número de hospitalizações e mortes por dia avança rapidamente, levando Estados e municípios a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas.”
Segundo dados apurados pelo consórcio de imprensa, a média móvel nos últimos sete dias foi de 75.163 novos casos diários de Covid-19, enquanto a média móvel de óbitos no mesmo período é de 2.298 por dia, ambos números recordes.
No câmbio, o dólar opera em leve alta contra o real, ganhando 0,04% e negociado a R$ 5,51 na venda nesta manhã, acompanhando a performance da divisa norte-americana no exterior, enquanto os investidores digeriam a ata da última reunião de política monetária do Banco Central do Brasil, divulgada hoje.
No documento, o Comitê de Política Monetária (Copom) avalia que os riscos fiscais de curto prazo seguem altos devido ao agravamento da pandemia e implicam um viés de alta para as projeções do Banco Central para a inflação, que já estão próximas do teto da meta para este ano e ao redor da meta central de 2022. “Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando trajetória com elevação inicial dos juros superior à suposta no cenário básico”, disse o Copom.
Na ata, o colegiado ressaltou ainda o fato da pandemia ter produzido efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos, com o setor de bens operando com um nível de ociosidade baixo, sustentado pelos programas de auxílio emergencial.
“O Copom avalia que os dados de atividade e do mercado do trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa do desemprego.”
“Para o Comitê, o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.” (Com Reuters)
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