O Ibovespa terminou o dia em alta de 1,09% aos 111.539 pontos, apoiado nos papéis da Vale (VALE3) e em rota de recuperação após iniciar a sessão recuando mais de 2%, com investidores digerindo o aumento de 20% para 25% na alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre as instituições financeiras.
Durante o dia, a análise de que o aumento no tributo será temporária (até 31 de dezembro) e o avanço nas negociações para aprovação da PEC Emergencial no Senado favoreceram a virada no índice brasileiro.
A mudança nas alíquotas tem por objetivo compensar a redução a zero do PIS e Cofins incidentes sobre o óleo diesel e gás de cozinha. Para o óleo diesel, a redução será de dois meses e, para o gás de cozinha, por tempo indeterminado. A compensação envolve ainda a alteração das regras de IPI para a compra de veículos por pessoas com deficiência e o encerramento do Regime Especial da Indústria Química (REIQ).
As novas regras do IPI na aquisição de veículos por pessoas com deficiência também entrarão em vigor imediatamente. “Já o final do REIQ e o aumento da CSLL das instituições financeiras somente entrarão em vigor em 1º de julho de 2021”, afirmou em nota a Secretaria-Geral da Presidência da República.
O encerramento do REIQ pesou sobre as ações da indústria química na sessão, com os papéis da Braskem (BRKM5) recuando 4% no fechamento a R$ 30,51. Instituído em 2013, o REIQ reduz as alíquotas de PIS e Cofins incidentes na compra de matérias-primas petroquímicas de primeira e segunda geração utilizados pela Braskem.
PEC Emergencial
A recuperação da Bolsa brasileira no pregão de hoje teve como pano de fundo o novo parecer da PEC Emergencial, oficialmente protocolado nesta terça com uma versão mais enxuta da proposta para facilitar sua votação, prevista para amanhã.
A nova versão do retira pontos como a desvinculação de recursos da saúde e educação, assim como traz mais clareza para a manutenção dos gatilhos fiscais a serem acionados quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da despesa primária total. A previsão de redução de benefícios tributários de maneira gradual e a cláusula de calamidade, com regime diferenciado para esse caso, estão mantidas no texto.
Exterior e dólar
Em Wall Street, o dia foi de realização de lucros. Apesar da estabilidade no rendimento dos treasuries (títulos da dívida pública norte-americana) na faixa de 1,4%, o mercado segue em movimento de cautela e rotação setorial, enquanto o Senado discute a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão para recuperação da economia dos EUA.
O Dow Jones fechou em queda de 0,46% aos 31.391 pontos, o S&P 500 recuou 0,81% aos 3.870 pontos e o Nasdaq Composite teve baixa de 1,69% aos 13.358 pontos.
O dólar fechou em alta de 1,12% a R$ 5,66 na venda, depois de operar R$ 5,70 durante o dia, em meio a uma forte pressão de compra que levou o Banco Central a vender mais de US$ 2 bilhões à vista no mercado.
Os negócios foram impactados pelo aumento na tributação aos bancos. Conforme a sessão transcorreu, operadores repercutiram também rumores sobre flexibilização de regras fiscais, puxando o dólar ainda mais para cima.
A moeda e a bolsa de valores do Brasil ocupam a lanterna entre seus pares neste ano, com investidores temendo o abandono da política econômica liberal e seus consequentes impactos sobre a agenda de reformas e o futuro das contas públicas.
A incerteza golpeia o real de maneira particular porque o ativo já não conta há tempos com a proteção da taxa de juros, que em termos reais está negativa, corroendo a atratividade da divisa brasileira num momento em que nos EUA os rendimentos de títulos batem máximas em um ano. (Com Reuters)
DESTAQUES DO IBOVESPA
Maiores Altas
ITUB4: +4,04% a R$ 25,77
BBAS3: +3,84% a R$ 28,93
SANB11: +3,14% a R$ 38,11
VALE3: +3,07% a R$ 101,60
B3SA3: +3,05% a R$ 56,01
Maiores Baixas
BRKM5: -4,00% a R$ 30,51
AZUL4: -3,15% a R$ 38,79
PCAR3: -3,04% a R$ 22,62
GOLL4: -2,95% a R$ 20,74
YDUQ3: -2,92% a R$ 27,89
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