Pela primeira vez em mais de um ano, os investidores do mundo todo estão mais preocupados com o risco de inflação dos mercados do que com o risco de Covid-19, com Wall Street avaliando os riscos que acompanham os massivos gastos fiscais e outras medidas tomadas para gerenciar a crise aberta pela pandemia, revelou uma pesquisa do Bank of America divulgada na última semana.
Dos 220 gestores de fundos entrevistados (que ao todo administram US$ 630 bilhões) 37% apontou a inflação como o principal risco para os investidores.
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O aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA provocado pelo pânico dos investidores sobre a política fiscal do Federal Reserve aparece em segundo lugar na pesquisa, com 35% dos gestores os indicando como o maior risco.
A grande maioria (93%) dos entrevistados afirmaram esperar que a inflação cresça nos próximos 12 meses.
Esses temores de inflação provocaram a maior queda na exposição a ações de tecnologia em 15 anos, segundo a pesquisa, enquanto a alocação para commodities subiu para o nível mais alto de todos os tempos.
No entanto, apesar dos riscos, a posição geral dos investidores ainda é “indubitavelmente otimista”, concluiu a pesquisa, em que 91% dos gestores de fundos esperam uma economia mais forte no futuro, e, atualmente, quase metade dos entrevistados espera uma recuperação em V nos mercados globais.
Trilhões de dólares em estímulos federais gastos nos EUA ajudaram a colocar a economia no caminho para a recuperação, contudo, eles também alimentaram uma preocupação em Wall Street quanto ao aumento dos níveis de dívida e à rápida inflação, que poderiam acompanhar a injeção de dinheiro no frágil sistema econômico.
O Federal Reserve começou uma reunião de dois dias ontem (16). Os investidores estarão atentos a qualquer sinal de que o Banco Central, sob a presidência de Jerome Powell, esteja considerando apertar a política para conter as preocupações com a inflação, embora os especialistas não esperem que o BC aumente as taxas nos próximos meses ou anos.
“Powell provavelmente vai repetir seu repertório ao discutir a inflação”, observando que os aumentos de preços no final do ano não serão grandes ou duradouros”, escreveu Edward Moya, analista sênior de mercado na OANDA. “O melhor momento é quando a inflação pode mostrar seu lado ruim, então Powell deve ser capaz de afastar quaisquer preocupações até então.”
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