A taxa de câmbio pode ingressar num ciclo virtuoso com o início mais forte do processo de normalização monetária, mas ainda ficará sujeita a intempéries vindas de um dólar que pode não se enfraquecer no exterior e dos problemas relacionados à pandemia no Brasil, disse Bernardo Zerbini, um dos responsáveis pela estratégia macro da gestora AZ Quest.
Zerbini se diz com posição tática a favor do real, mas ainda pequena.
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“É difícil afirmar que o dólar (no exterior) vai se enfraquecer. Os EUA vão crescer muito mais que outros países. Sobre a Covid, enquanto fora tudo parece estar meio parado, nos EUA a vacinação está acontecendo. Os EUA estão com cheiro de que serão o primeiro país a entrar numa vida normal”, disse o gestor.
Ele lembrou que o comportamento do câmbio é relacionado a diferencial de crescimento, spread de juros e fiscal. “Os EUA conseguem se financiar bem, enquanto a parte de crescimento e juros é favorável ao dólar.”
Na frente doméstica, enquanto a política monetária começa a dar apoio ao câmbio, o agravamento da pandemia e seus potenciais efeitos sobre a atividade limitam o “upside” do real.
Um grande ponto de interrogação, segundo Zerbini, são os rumos da inflação e da Selic, às quais ele atribui viés negativo.
“Não temos convicção no juro terminal porque não temos convicção sobre a inflação. A inflação pode ser de 5,5%, 6% neste ano… A assimetria nos juros ainda é ruim”, afirmou, prevendo que uma Selic de 5%, 5,5% ao fim do ano em tese não traria problemas à atividade econômica, mas que taxas próximas de 7% – num cenário de maior receio inflacionário – já pesariam. (Com Reuters)
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