A construtora MRV viu seu lucro crescer no quarto trimestre, uma vez que suas vendas seguiram refletindo o salto do financiamento imobiliário no país, com os juros em mínimas recordes. A companhia anunciou ontem (4) que teve lucro líquido de R$ 196 milhões entre outubro e dezembro, alta de 29,8% em relação a igual etapa de 2019.
As vendas líquidas totalizaram de R$ 7 bilhões no período, aumento ano a ano de 43,3%. Enquanto a empresa vem diversificando seus negócios em termos geográficos e em nichos de mercado.
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A companhia já havia anunciado em janeiro que suas vendas no trimestre deram um salto de 49,1% ano a ano, com a crescente oferta de crédito imobiliário. Já os lançamentos tiveram queda de 10,2% contra um ano antes, diante dos impactos causados pela pandemia, os quais frustraram a previsão da companhia para um recorde no período.
O resultado operacional, por outro lado, medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) somou R$ 327 milhões, alta de 41,9% em 12 meses, com a margem subindo 3%, a 19,2%. Já a geração de caixa no período chegou a R$ 175 milhões, ante R$ 34 milhões negativos um ano antes.
Segundo o presidente da companhia Rafael Menin a expectativa para este ano é de expansão dos lançamentos e vendas, uma vez que “as alavancas que deram sustentação ao mercado seguem intactas”, disse ele à Reuters, referindo-se à demanda e à oferta de empréstimos para o setor.
De acordo com o executivo, no entanto, o recrudescimento de medidas mais rígidas de isolamento social para tentar conter uma nova onda do coronavírus deve provocar “algumas semanas bastante complicadas” no andamento de obras, ainda assim, ele afirmou que a companhia está confortável com seu estoque para vendas.
Expectativas para 2021
A MRV acrescentou no relatório de resultados informações sobre um plano de vender 80 mil unidades anuais, que poderão somar R$ 18 bilhões em volume geral de vendas (VGV) por ano. Metade disso virá de projetos de habitação popular e o restante oriundo das demais divisões de negócios, incluindo imóveis para média renda, loteamento urbano e a filial nos EUA.
Os números da MRV mostram os efeitos dispersos da crise na empresa, que busca ficar menos atrelada ao desempenho do negócio de imóveis populares, que depende de recursos federais.
No trimestre, a unidade nos Estados Unidos, comprada no início do ano passado, AHS, já acrescentou R$ 296 milhões às receitas do grupo. No começo deste ano, a AHS comprou três terrenos no Texas, com expectativa de 876 unidades e US$ 204 milhões em VGV.
Por outro lado, a Urba, braço de loteamentos urbanos da MRV, desistiu de uma Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês) nesta semana, em meio à volatilidade do mercado acionário. “Não faz sentido brigar com o mercado de capitais. Quando o cenário estiver mais comprador, a gente volta”, concluiu Menin (com Reuters)
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