O Ibovespa encerrou o primeiro pregão da semana em queda de 1,07% aos 114.978 pontos, com as ações da Vale e da Petrobras entre as maiores pressões de baixa e descolando do desempenho das Bolsas em Nova York. A sessão foi pautada pela pandemia no cenário doméstico e por uma onda global de aversão a riscos nas economias emergentes.
No contexto local, economistas e empresários assinaram ontem (21) uma carta sobre a crítica situação da pandemia no país, cobrando do governo aceleração do ritmo de vacinação e medidas de distanciamento social.
De acordo com o documento, assinado por nomes como os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Gustavo Loyola e Ilan Goldfajn, bem como os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan e Maílson da Nóbrega, entre muitos outros, “o quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade”. A média móvel de óbitos por Covid-19 no Brasil atingiu 2.252 mortes/dia, marcando o vigésimo terceiro dia consecutivo de elevação.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que o governo trabalha para vacinar em massa a população nos próximos quatro meses, em especial os brasileiros que não têm no trabalho remoto uma alternativa como fonte de renda.
Em pronunciamento sobre a arrecadação federal, Guedes afirmou que os números da segunda quinzena de março, e também os de abril, devem sofrer o impacto do recrudescimento da pandemia. Na contramão dos dados de fevereiro, quando o recolhimento de tributos foi recorde. “Evidentemente, daí para a frente, com recrudescimento da pandemia, pancada na economia brasileira, é evidente que devemos sofrer algum impacto”, disse o ministro.
A arrecadação federal teve crescimento real de 4,3% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado e somou R$ 127,7 bilhões, melhor resultado desde o início da série da Receita, em 2000. O recolhimento do bimestre, de R$ 308 bilhões, também foi recorde.
No contexto internacional, pesou ainda hoje sobre os mercados emergentes a demissão no fim de semana do presidente do banco central da Turquia, Naci Agbal, dois dias depois do aumento nas taxas de juros do país. A medida, tomada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, reafirmou o controle político que por anos afetou a visão dos investidores estrangeiros sobre a economia do país. A lira, moeda da Turquia, chegou a cair 15% no intraday da sessão de hoje, perto de mínimas históricas.
O dólar começou a semana em alta contra o real, ganhando 0,64% e negociado a R$ 5,51 na venda, repercutindo o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior em meio a debates sobre contágio nos mercados emergentes em função da turbulência na Turquia.
Apesar das preocupações inicias, analistas do Citi avaliam que não há “crise” nos emergentes por três razões: restrito potencial de prejuízo devido às limitadas necessidades de financiamento desse grupo de países, processo relativamente moderado de redução de estímulos na China e expectativa de apoio ao comércio global com um salto na demanda norte-americana.
No Brasil, o destino do câmbio deve seguir atrelado às perspectivas para a pandemia e a política fiscal.
Em Wall Street, os índices acionários terminaram o dia no azul, com destaque para as ações de tecnologia que registraram firme alta na sessão, impulsionadas pela estabilidade nos rendimentos dos Treasuries nesta segunda-feira. O título com vencimento em 10 anos operava em 1,690% no fim desta tarde, em leve recuo após tocar os 1,757% na última semana.
No fechamento, o Nasdaq Composite ganhou 1,23% aos 13.377 pontos, o S&P 500 avançou 0,70% aos 3.940 pontos e o Dow Jones valorizou 0,32% aos 32.731 pontos. (Com Reuters)
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