O presidente do Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse que não vê necessidade de alargar uma faixa implícita definida para sua meta de juros de longo prazo em uma revisão de política monetária de março, enfatizando a necessidade de manter baixos os custos de empréstimos para apoiar a economia devastada pela pandemia.
O BOJ limita o rendimento dos títulos de dez anos em torno de zero sob uma política denominada controle da curva de juros, e atualmente permite que a taxa de referência se mova 40 pontos-base em torno de sua meta.
Os mercados estavam repletos de especulações de que o BOJ ampliaria essa faixa e permitiria que os rendimentos subissem, mas Kuroda minimizou essa possibilidade nesta sexta-feira.
“É algo que discutiremos na revisão (de março). Mas não acho que seja necessário ou apropriado ampliar drasticamente a faixa”, disse Kuroda ao Parlamento.
O presidente também destacou nesta sexta-feira a mudança climática como um dos principais temas para guiar a política monetária, mas manteve distância da ideia de o Banco do Japão comprar títulos verdes.
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As declarações destacam o crescente foco do banco na mudança climática, importante tópico de debate entre os bancos centrais, alguns dos quais estão acelerando as compras de títulos verdes usados para financiar projetos de energia limpa e ambientais, ou avaliam fazer isso.
O Banco do Japão precisa acelerar a pesquisa e aprofundar o debate com outros bancos centrais sobre como a mudança climática afeta a política monetária e quais riscos ela apresenta para as instituições financeiras, disse Kuroda ao Parlamento.
“A mudança climática está entre os fatores cruciais que afetam a economia e o sistema financeiro”, disse ele. “Nesse contesto, há ligações com o mandato do banco central.”
Kuroda disse ser possível que o Banco do Japão compre títulos verdes, desde que eles cumpram as exigências de um programa de compra de títulos corporativos existente.
Mas há “muitas questões” que precisam ser esclarecidas para que o banco central compre títulos verdes, disse ele, como, por exemplo, se isso entraria em choque com o princípio do banco de comprar ativos de maneira neutra para os mercados.
(Com Reuters)
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