O presidente Joe Biden disse uma vez a famosa frase: “Não me diga o que você valoriza, mostre-me seu orçamento e eu direi o que você valoriza. ” A frase é mais verdadeira do que nunca para um número cada vez maior de pessoas, em especial entre as mulheres.
A assessora financeira Kathleen McQuiggan, com mais de 30 anos de experiência na profissão, disse recentemente em um podcast que as mulheres são “de onde virá a riqueza do futuro”. Ela é uma assessora da Artemis Advisors e, anteriormente, liderou o Global Women’s Index Fund da Pax World Investments como chefe da Global Women’s Investing, depois de muitos anos no Goldman Sachs.
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“As mulheres estão aumentando sua riqueza mais rápido do que os homens … As mulheres vão herdar a maior parte da fortuna na transferência de riqueza, porque estão vivendo mais … (e) estão abrindo empresas, começando a subir para cargos do poder e obtendo remunerações mais altas”, explicou McQuiggan.
São as mulheres também o público mais focado em investimentos ESG (Ambiental, Social e Governança), um dos motivos pelos quais os investimentos ESG são uma estrela em ascensão. Resumidamente, os investimentos pautados por práticas ESG avaliam o desempenho financeiro de uma empresa, bem como seu impacto no meio ambiente, a forma como trata seus funcionários e partes interessadas, diversidade e transparência de suas lideranças.
Aqui estão algumas dicas de investimento relacionadas ao ESG de minha conversa com McQuiggan.
Para resumir, ela disse: “Seu dinheiro é o seu poder – e as mulheres precisam de mais de ambos”.
1. Invista em conhecimento. Relatórios sobre questões relacionadas a práticas ESG são um campo minado. Existem muitos esforços para o desenvolvimento de um conjunto de padrões de informações, mas as empresas ainda podem escolher o que e como querem divulgar. Isso significa que as empresas tendem a relatar números que as fazem parecer boas e omitir outras informações.
2. Use os diferentes sistemas de classificação. A Moody’s Sustainalytics, MSCI, o S&P Global e outras instituições financeiras desenvolveram classificações que podem ser muito úteis para identificar oportunidades de investimentos ESG. Os gestores de ativos usam essas classificações, geralmente coletadas e comparadas pela Bloomberg e pelo FactSet, ou desenvolvem as suas próprias métricas. Certifique-se de saber a fonte dos dados que entram nas classificações e sua metodologia.
3. Observe a postura dos acionistas. O ativismo ESG dos acionistas atingiu um nível totalmente novo. Os votos e resoluções dos acionistas estão exigindo mais diversidade nos conselhos de administração e mais transparência na divulgação de riscos climáticos, por exemplo. “Quanto mais essas ações forem tomadas, mais o conselho de administração e a alta administração perceberão que para os acionistas há materialidade financeira” e prestarão atenção nesses assuntos, explicou McQuiggan.
4. Avalie cada setor separadamente. “As empresas de tecnologia e os fatores ESG relevantes no setor são diferentes de uma empresa de varejo ou de uma companhia aérea”, disse McQuiggan. “Portanto, os fatores ESG precisam ser pontuados e classificados com base no impacto que têm em diferentes setores”, explica.
5. Procure vários tipos de diversidade no conselho e na equipe de gestão. A diversidade impulsiona o desempenho em todas as métricas, desde o financeiro, passando pela satisfação do cliente e do funcionário, até a inovação. “Não são apenas as mulheres, temos a diversidade de perspectivas e pensamentos em torno da mesa de tomada de decisão. É por gênero, é por idade, é por experiências socioeconômicas, é por alguém que foi para uma escola da Ivy League, alguém foi para uma escola estadual.”
6. Planeje a longevidade, ajuste a diferença salarial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que as mulheres vivem, em média, de seis a oito anos a mais do que os homens (alguns vivem muito mais, como minha mãe, que viveu 30 anos a mais que meu pai). Infelizmente, a disparidade salarial que as mulheres tiveram de sofrer ao longo de suas carreiras também custou caro a elas, portanto, tendem a ter menos aposentadoria e ativos financeiros.
7. Invista no que é importante para você. “O que você quer que sua riqueza faça por você? O que é importante para você? ” É o conselho-chave que McQuiggan dá. Ela percebeu que suas clientes querem pensar sobre retornos, impacto e legado. Eles querem trazer soluções para um problema social, como aqueles refletidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Suas clientes sempre perguntam: “Como posso consertá-los? Como posso, como investidor, corrigi-los? ”
“Desenvolva sua própria filosofia e abordagem nos investimentos e entenda os parceiros que você está usando e como eles estão integrando e implementando as coisas”, aconselhou McQuiggan.
Isso significa que você deve pedir quantas informações forem necessárias, fazer quantas perguntas quiser e precisa ter certeza de que entendeu para onde seu dinheiro está indo, e que consegue o que deseja. É o seu dinheiro.
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