Os preços do petróleo não devem ter uma alta dramática e sustentada mesmo com vacinas que devem impulsionar a demanda mais à frente neste ano, disse a IEA (Agência Internacional de Energia) hoje (17), ao destacar que o mundo continua inundado de petróleo.
“O forte rali do petróleo para perto de US$ 70 o barril gerou rumores sobre um novo superciclo e uma iminente escassez de oferta. Nossos dados e análises sugerem outra coisa”, disse a IEA em relatório mensal.
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“Para começar, os estoques de petróleo ainda parecem amplos comparados aos níveis históricos, apesar de uma estável redução. Além desse colchão dado pelos estoques, acumulou-se um volume significativo em capacidade ociosa como resultado dos cortes de oferta da Opep+”, afirmou.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados incluindo a Rússia, grupo conhecido como Opep+, mantiveram limites à produção neste mês, o que agradou o mercado e levou alguns investidores a projetarem um superciclo– uma longa alta dos preços, com duração de anos.
“A perspectiva de uma demanda mais forte e a continuidade das restrições de produção da Opep+ apontam para um significativo declínio de estoques no segundo semestre”, disse o órgão com sede em Paris.
“Por enquanto, porém, há petróleo mais que suficiente em tanques de armazenamento e debaixo da terra para manter os mercados de petróleo adequadamente abastecidos.”
A demanda global neste ano deve recuperar cerca de 60% do volume perdido durante o pior momento da pandemia de Covid-19, em 2020.
Mas mudanças em padrões de viagens e no trabalho causadas pela pandemia, assim como metas de baixo carbono de governos, devem trazer implicações de longo prazo para as perspectivas de demanda, acrescentou a IEA.
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“Mudanças rápidas no comportamento após a pandemia e um forte direcionamento de governos rumo a um futuro de baixo carbono causaram uma dramática mudança para baixo nas expectativas para a demanda por petróleo ao longo dos próximos seis anos”, disse a IEA em relatório com perspectivas para os próximos cinco anos, publicado nesta quarta-feira.
A IEA reduziu sua projeção para a demanda por petróleo em 2025 em 2,5 milhões de bpd ante previsão do ano passado. A demanda deve retomar níveis pré-crise vistos em 2019 apenas em 2023, segundo a agência. (Com Reuters)
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