A transmissora de energia elétrica Taesa registrou lucro líquido de R$ 829 milhões no quarto trimestre de 2020, um salto de 194,7% na comparação anual, ajudada pela disparada do IGP-M, que corrige parte de seus contratos, e após aquisições e conclusão de projetos.
A empresa, controlada pela estatal mineira Cemig e pela colombiana ISA, fechou 2020 com ganhos totais de R$ 2,26 bilhões, pouco mais que o dobro do resultado de R$ 1,1 bilhão em 2019, segundo balanço divulgado na noite de ontem (3).
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) regulatório foi de R$ 302 milhões no último trimestre de 2020, alta de 17% ano a ano, com margem de 78,9%, contra 76,1% em mesmo período de 2019. No ano, a companhia encerrou com margem Ebitda de 81,9%, contra 82,7% em 2019.
A receita líquida da transmissora para o período de outubro a dezembro somou R$ 1,17 bilhão, com significativa expansão de 148,5% em base anual, “em função das aquisições recentes e entrada em operação de algumas concessões”, segundo a empresa.
Também houve impacto positivo do reajuste inflacionário de receitas asseguradas em contratos de concessão da empresa, parte eles associados ao índice de inflação IGP-M, que disparou em 2020, com alta acumulada de 24,5% no ano.
Enquanto no último trimestre de 2020 o IGP-M avançou um acumulado de 11,24%, em 2019 o índice chegou a ter variação negativa de 0,01% em setembro e acumulou 0,97% nos últimos três meses, destacou a Taesa.
A correção monetária dos ativos rendeu R$ 493,5 milhões em receita líquida para a empresa no trimestre, impressionantes 1.290% a mais que no mesmo período de 2019. No fechado do ano, foram R$ 1 bilhão, alta de 513%.
Além disso, a empresa concluiu em 2020, no primeiro semestre, as aquisições da São João Transmissora, São Pedro Transmissora e Lagoa Nova Transmissora, enquanto energizou dois empreendimentos novos, EDTE e Mariana.
Com esses efeitos, a Taesa destacou que voltou a registrar crescimento do resultado operacional após dois anos de redução de receita devido à menor remuneração de linhas de transmissão mais antigas.
Os custos, despesas, depreciação e amortização regulatórios da companhia aumentaram 9,6% no último trimestre, para R$ 143,6 milhões, enquanto avançaram 18,8% em 2020, para R$ 517,8 milhões. Mas custos com pessoal, material, serviços e outros recuaram 0,4% no último trimestre, para R$ 80,9 milhões, embora tenham subido 14,6% no ano, para R$ 275,7 milhões.
A Taesa fechou 2020 com investimentos totais de R$ 1,5 bilhão, contra R$ 718,3 milhões em 2019. O valor ficou abaixo do previsto pela companhia, devido ao atraso em uma licença ambiental, mas a companhia afirmou que, com isso, aumentou as projeções para 2021. A companhia prevê aportes neste ano (Capex nominal) de entre R$ 570 milhões e R$ 630 milhões, contra de R$ 310 milhões a R$ 340 milhões antes.
O conselho da empresa aprovou proposta de R$ 561,9 milhões em dividendos adicionais propostos, a serem pagos até 31 de maio, ou R$ 1,63 por Unit. Caso a proposta seja aprovada em assembleia, a empresa terá distribuído um total de R$ 1,6 bilhão em proventos aos acionistas pelo resultado de 2020, o que inclui pagamentos anteriores, ou 98,5% do lucro líquido ajustado.
A Taesa encerrou 2020 com dívida líquida de R$ 5,2 bilhões, alta de 12,6% frente ao final do terceiro trimestre. A companhia tem R$ 905,6 milhões em caixa. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ficou em 3,8 vezes ao final do ano, acima das 3,4 vezes ao fim de setembro de 2020. (com Reuters)
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