O número de pessoas ocupadas no Brasil registrou a maior expansão para um trimestre encerrado em janeiro, mantendo o caráter de informalidade na recuperação do mercado de trabalho sob impactos da pandemia, mas com a taxa de desemprego no maior nível para o período.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou hoje (31) que a taxa de desemprego ficou em 14,2% nos três meses até janeiro, de 14,3% de agosto a outubro de 2020. O quarto trimestre fechou com desemprego em 13,9%.
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A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que o desemprego ficaria em 14,1% no período.
O país havia encerrado 2020 com taxa média de desocupação de 13,5%, a maior desde 2012, de acordo com os dados da Pnad Contínua.
Esse resultado foi consequência das medidas de restrição à pandemia da Covid-19, sendo que o mercado de trabalho costuma ser o último a se recuperar em tempos de crise.
O foco agora gira em torno de nova concessão de auxílio emergencial às famílias, bem como nas consequências de restrições mais rigorosas adotadas em muitas partes do país diante do recrudescimento da pandemia neste início de ano.
Nos três meses até janeiro, eram 14,272 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, contra 14,061 no trimestre anterior e 11,913 milhões no mesmo período do ano anterior.
Já o total de pessoas ocupadas apresentou alta de 2,0% no período sobre agosto a outubro, alcançando 86,025 milhões. Mas em relação ao mesmo período do ano anterior, o contingente despencou 8,6%.
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“Apesar de perder força em relação ao crescimento observado no trimestre encerrado em outubro, a expansão de 2% na população ocupada é a maior para um trimestre encerrado em janeiro. Esse crescimento ainda tem influência do fim de ano, já que novembro e dezembro foram meses de crescimentos importantes”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Mas a melhora no número de ocupados ainda se deveu à informalidade no mercado de trabalho. Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada tiveram ganho de apenas 0,1% no trimestre até janeiro sobre agosto a outubro, alcançando 29,792 milhões, enquanto o contingente daqueles que não tinham carteira assinada chegou a 9,809 milhões, um avanço de 3,6%.
“A perda de força no crescimento da ocupação vem principalmente da menor expansão na indústria, no comércio e na construção“, disse Beringuy.
Entre novembro e janeiro, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.521 e de R$ 2.597 entre agosto e outubro apontou o IBGE. (Com Reuters)
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