O presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, anunciou hoje (31) que as transferências de recursos por meio do WhatsApp devem começar a funcionar no Brasil nas próximas semanas, após o BC (Banco Central) autorizar transações e pagamentos pelo aplicativo de mensagens.
“Já estávamos trabalhando em um piloto, agora deve funcionar em larga escala nas próximas semanas“, disse Paro Neto à Reuters, em entrevista por telefone.
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O aval do BC vale para transferências na modalidade débito com cartões das bandeiras Visa e Mastercard, e veio cerca de nove meses após ter barrado a parceria. O Brasil será o segundo país a permitir o WhatsApp, serviço de mensageria do Facebook, para movimentação financeira, atrás somente da Índia.
No país, as transações poderão ser feitas entre contas dos clientes nas instituições bancárias nas quais são correntistas. Para ter acesso ao serviço, usuário tem que cadastrar os números dos cartões de débito ou pré-pagos.
A inicialização das transações tem que ser feita por quem transfere os recursos, a exemplo do que já ocorre com o PIX, o sistema instantâneo de pagamentos lançado pelo BC em novembro. A intermediação da operação entre as instituições financeiras será feita pela empresa de pagamentos Cielo.
Também como ocorre com o PIX, as transferências por WhatsApp serão gratuitas para os usuários, de acordo com Paro Neto, e serão instantâneas e no esquema 24 por sete, ou seja, em qualquer horário e em todos os dias do ano.
Desde que o BC autorizou o funcionamento das transferências num período de testes, a Mastercard vinha operando as transações em parceria com Sicredi, Banco Inter e Nubank, enquanto a rival Visa operou com o Banco do Brasil.
O teto para os valores que poderão ser transferidos por meio do WhatsApp ainda não foi definido. A tendência é que sejam estabelecidos limites menores, elevados gradualmente, permitindo que os participantes façam eventuais ajustes necessários, disse o executivo.
Paro Neto evitou fazer projeções sobre a velocidade de adoção do WhatsApp para transferências, mas disse que duas características do modelo devem torná-lo competitivo: os mecanismos de prevenção a fraudes e a possibilidade de estorno das transações, o que não existe no PIX.
“E tem também a conveniência de fazer as transações sem ter que entrar em outro aplicativo”, disse o executivo.
FACEBOOK PAY
A atenção das instituições envolvidas agora se volta para o arranjo Facebook Pay, que entre outras funcionalidades, permite o chamado P2M, incluindo pagamentos com cartões de crédito, que seguem em análise pelo BC.
Diferente das transferências de recursos entre contas, o pagamento com cartão de crédito envolve a inclusão de uma série de dados adicionais dos lojistas, como o chamado domicílio bancário, informação relevante para empresas de pagamentos, que podem usá-los para estratégias comerciais.
Atualmente, o arranjo para uso do Facebook Pay tem acordo apenas com a Cielo como adquirente e, segundo executivos do mercado, o BC quer que outras empresas do setor participem antes de autorizar o funcionamento.
Paro Neto afirmou que os parceiros já entregaram ao BC toda a documentação solicitada para análise e avalia que uma aprovação pode acontecer nos próximos meses. (Com Reuters)
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