A provedora de banda larga em fibra óptica EB Fibra mapeou cerca de 200 empresas para aquisições no Brasil, enquanto se prepara para buscar recursos no mercado acionário para financiar seu plano de consolidação do setor no país, disse seu presidente-executivo, Pedro Parente.
“Queremos estar prontos o mais cedo possível”, disse Parente em entrevista à Reuters sobre planos para uma IPO (oferta inicial de ações) da empresa. Ele não mencionou quando a operação poderia ocorrer.
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A ofensiva da EB Fibra, braço da gestora EB Capital, da qual Parente também é sócio com seus Sirotsky Melzer, Luciana Ribeiro, egressos do grupo gaúcho de comunicações RBS, e Fernando Iunes, ex-Itaú BBA, acontece em meio a uma intensa campanha de operadoras de grande e médio portes para crescerem via aquisições, pondo o setor no rumo de uma consolidação no país.
O diagnóstico da companhia é que, dado os elevados custos exigidos para trocar estruturas antigas por mais modernas e sem a perspectiva de um retorno robusto dos investimentos para isso, Telefônica Brasil, TIM e Claro não devem gastar para ampliar suas coberturas, o que cria oportunidades para as pequenas empresas de fibra, um universo de cerca de 5,5 mil distribuídas pelo país.
As infraestruturas mais leves e modernas permitem operar com pacotes a partir de 100 mega de velocidade, com mensalidade a partir de R$ 100, em geral com melhores índices de satisfação de clientes e sem a pressão de lutar por fatias de mercado, diz Parente. Por isso, podem ter margens maiores, segundo ele.
“Trabalhamos com um cenário de o negócio integrado ter uma margem Ebitda de 40%”, disse Parente. “Não prejudicamos margem em função de participação de mercado.”
Atualmente, a EB é dona da Sumicity, na região Sudeste do país, e da Mob Telecom, no Nordeste. Na semana passada acertou a compra da VipTelecom, da região metropolitana de São Paulo. Com isso, já montou uma estrutura de 73 mil quilômetros de fibra. Mais meia dúzia de aquisições estão contratadas para os próximos meses, o que deve levar a base de assinantes de 380 mil para 1 milhão até o fim do ano, com R$ 1 bilhão de receita.
A munição para essa ofensiva veio da captação de R$ 1,5 bilhão no ano passado por meio de um fundo. Segundo Parente, boa parte dos recursos será usada na construção de infraestrutura das empresas compradas.
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Consolidação
A ofensiva da EB Fibra, braço da gestora EB Capital, da qual Parente também é sócio, acontece em meio a uma intensa campanha de operadoras de grande e médio portes para crescerem via aquisições, pondo o setor no rumo de uma consolidação no país. Na segunda-feira, a Oi aceitou proposta do BTG Pactual por sua divisão de fibra óptica, negócio avaliado em cerca de R$ 20 bilhões.
A Telefônica Brasil anunciou em março a formação de uma joint-venture de fibra ótica com a gestora canadense de fundos de pensão CDPQ, com meta atingir cerca de 5,5 milhões de lares em quatro anos. E a TIM negocia com a empresa de torres IHS Towers que pode ser majoritária da FiberCo, braço da TIM para em fibra óptica.
A operadora paranaense Algar fez três aquisições nos últimos anos: a pernambucana Smart; a Cemig Telecom, que cobre Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará; e a Optitel, que atua em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A movimentação também acontece enquanto o setor se prepara para o leilão de frequências da tecnologia 5G, que o governo federal promete fazer ainda em 2021, e que deve exigir elevados investimentos nos próximos anos em infraestrutura.
Empresas de vários tamanhos vêm tentando ganhar poder de fogo em preparação para o leilão, após o Ministério das Comunicações reservar lotes regionais de frequências, abrindo espaço para competição também entre operadoras menores.
Parente despista sobre eventual disputa no leilão, mas admite que a capacidade de levantamento de capital será fundamental para manter a EB competitiva, daí os planos de listagem. “Não será uma oferta para dar saída a investidores, mas para investir em crescimento da companhia”, afirmou ele. (Com Reuters)