A holding Ant Group avalia alternativas para que o fundador Jack Ma abra mão de sua participação na gigante de tecnologia financeira e deixe o controle do grupo, uma vez que reuniões com reguladores chineses sinalizaram à empresa que esta medida poderia ajudá-la a passar pelo escrutínio do governo de Pequim sobre seus negócios, de acordo com uma fonte familiarizada com a linha de ação dos reguladores e outras duas pessoas com laços estreitos com o grupo.
A Reuters está relatando pela primeira vez detalhes da última rodada de reuniões e as discussões sobre o futuro do controle de Jack Ma sobre a Ant, exercido por meio de uma estrutura complicada de veículos de investimento. O “Wall Street Journal” relatou anteriormente que Ma havia oferecido em uma reunião de novembro com reguladores a alternativa de entregar parte da Ant ao governo chinês.
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Funcionários do banco central, do PBOC (Banco Popular da China) e da CBIRC (Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China) mantiveram conversas entre janeiro e março com Ma e Ant separadamente, nas quais foi discutida a possibilidade de saída do magnata da empresa, segundo relatos de uma fonte familiarizada com os reguladores e uma das fontes com laços estreitos com a empresa.
A Ant negou que a venda das ações de Ma estivesse sendo considerada. “O desinvestimento por parte do Sr. Ma na Ant Group nunca foi tópico de discussões com ninguém”, disse um porta-voz da Ant em um comunicado.
A Reuters não conseguiu determinar se a Ant e Jack Ma continuariam com uma opção de desinvestimento e, em caso afirmativo, qual seria. A empresa esperava que as ações de Ma, no valor de bilhões de dólares, pudessem ser vendidas a investidores existentes na holding ou em sua afiliada de comércio eletrônico Alibaba Group sem envolver qualquer entidade externa, disse uma das fontes com laços com a empresa.
Mas a segunda fonte também com conexões com a empresa disse que durante as discussões com os reguladores, Ma foi informado de que ele não teria permissão para vender sua participação a qualquer entidade ou indivíduo próximo a ele e, em vez disso, teria que deixar o controle completamente. Outra opção seria transferir sua participação para um investidor chinês afiliado ao estado, disse a fonte.
Qualquer movimentação precisaria da aprovação de Pequim, disseram ambas as fontes com conhecimento interno da empresa.
Os relatos fornecidos por todas as três fontes são consistentes em termos de cronograma de como as discussões evoluíram nos últimos meses. Do lado da empresa, uma fonte disse que Ma se reuniu com os reguladores mais de uma vez antes do Ano Novo Chinês, no início de fevereiro. E a segunda fonte disse que a Ant começou a trabalhar nas opções para a possível saída de Ma alguns meses atrás. A fonte familiarizada com o pensamento dos reguladores disse que a Ant afirmou a autoridades durante reunião em meados de março que estava trabalhando nas opções.
A fonte familiarizada com a linha de ação dos reguladores tem conhecimento direto das conversas entre a Ant e funcionários, enquanto uma das fontes com ligações com a empresa foi informada sobre as interações de Ma com os reguladores e os planos da holding. A outra tem conhecimento direto das discussões da Ant a respeito das alternativas. Elas pediram anonimato devido à delicadeza da situação.
O porta-voz da Ant Group não forneceu declarações de Ma. A Alibaba encaminhou perguntas para serem respondidas pela Ant. O escritório de Jack Ma não respondeu ao pedido de comentário da Reuters feito via Ant. O Gabinete de Informação do Conselho de Estado, o PBOC e a CBIRC, também não responderam aos pedidos de comentários. (Com Reuters)
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