A indústria de criptomoedas está muito aquecida. Seu valor total de mercado é próximo de US$ 2 trilhões – maior do que o da Amazon, Google e Microsoft. O bitcoin tem sido negociado acima de US$ 50 mil desde o dia 8 de março, e possui um valor de mercado de US$ 1,2 trilhão, quase tanto quanto toda a prata do mundo. E instituições mobilizadas pelo FOMO (Medo de Estar Perdendo Oportunidade, da sigla em inglês) seguem entrando abundantemente no setor. A Tesla vai aceitar pagamentos por seus veículos elétricos em bitcoin, adicionando a criptomoeda ao seu tesouro de bitcoin de US$ 2,5 bilhões. Um dos bancos mais antigos da América, o BNY Mellon, lançou uma unidade de ativos digitais, o Goldman Sachs relançou suas operações de negociação em criptomoedas, o JPMorgan lançou uma oferta de notas estruturadas vinculadas a uma carteira de ações com exposição a bitcoin, o Morgan Stanley e Goldman Sachs tornaram-se os primeiros grandes bancos dos EUA a oferecer a seus clientes mais ricos um acesso direto ao bitcoin.
No entanto, as instituições e empresas de risco, que estão se apressando para lucrar com esse aumento, não chegam de mãos vazias. Um acúmulo de capital está sendo despejado em startups de criptomoedas, cunhando novos unicórnios em um ritmo muito acelerado. Somente em março, três firmas das moedas levantaram alguns dos maiores aumentos de capital na curta, mas rica história do setor. Existem agora pelo menos 18 empresas cripto-nativas com status de unicórnio, de acordo com a plataforma de dados PitchBook.
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No apogeu dos ICOs (Oferta Inicial de Moeda, da sigla em inglês), as empresas arrecadaram bilhões, mas a moda durou pouco. Projetos de baixa qualidade, vários golpes e a falta de supervisão institucional e regulatória levaram ao que agora é conhecido como a Grande Queda das Criptos de 2018, quando um índice que rastreia o desempenho dos 10 maiores e mais líquidos ativos digitais despencou em 80%.
Os touros das criptos estão esperando que desta vez seja realmente diferente. Empresas de capital aberto, como MicroStrategy e Square, acumularam posições consideráveis de bitcoins em seus balanços e estão vendo isso como uma alternativa ao ouro. Enquanto isso, os pedidos de um ETF (Exchange Traded Funds, na sigla em inglês) de bitcoin nos EUA estão se acumulando na porta da Comissão de Valores Imobiliários do Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) e o mercado está agitado em antecipação à listagem direta da Coinbase, marcada para 14 de abril, a primeira grande oferta pública para uma empresa de criptomoeda.
Em meio ao frenesi, a Forbes analisou dados do PitchBook e compilou uma lista dos 10 maiores negócios de capital de risco para empresas de blockchain e cripto-nativas:
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Divulgação 1. Bitmain: US$ 422 milhões
Data da oferta: 7 de agosto de 2018
Rodada de capital de risco: série B1
Investidores notáveis: Crimson Capital China, Bluebell (Ásia), Jumbo Sheen Group, Lioness Capital, Palace Investment Company, Pavilion Capital
Avaliação pós-oferta: US$ 15 bilhões
Avaliação prévia: US$ 12 bilhõesFabricante líder mundial de hardware de mineração de bitcoin, a Bitmain também opera a Antpool, um dos maiores bancos de mineração de bitcoin, respondendo por mais de 12% do hash de rede do bitcoin, ou poder computacional. Pouco depois do aumento de capital de US$ 422 milhões, a empresa com sede em Pequim entrou com um pedido de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Hong Kong em setembro de 2018, mas a oferta caiu em meio ao crash do bitcoin e ao esfriamento do mercado.
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Divulgação 2. BlockFi: US$ 350 milhões
Data da oferta: 11 de março de 2021
Rodada de capital de risco: série D
Investidores notáveis: Bain Capital Ventures, acionistas do DST Global, Pomp Investments, Tiger Global, Susquehanna Government Products
Avaliação pós-oferta: US$ 3 bilhões
Avaliação prévia: US$ 435 milhõesFundada em 2017, a BlockFi, com sede em Nova Jersey, é agora uma das principais provedoras de empréstimos em criptomoedas. Seus produtos abrangem várias categorias, como empréstimos garantidos por criptomoedas e contas que rendem juros, por meio das quais os investidores podem ganhar juros sobre seus ativos em cripto. Boatos sobre o potencial IPO da BlockFi começaram a circular em julho de 2020, após relatos de uma oportunidade de trabalho, parte da qual envolvia ajudar a empresa a abrir o capital.
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Divulgação 3. Dapper Labs: US$ 305 milhões
Data da oferta: 30 de março de 2021
Rodada de capital de risco: 5ª rodada
Investidores notáveis: Coatue Management, Andreessen Horowitz, Michael Jordan, Kevin Durant
Avaliação pós-oferta: US$ 2,6 bilhões
Avaliação prévia: Não disponívelA startup sediada em Vancouver é mais conhecida como a desenvolvedora do NBA Top Shot, um mercado NFT (Tokens Não Fungíveis, em tradução livre do inglês) para destaques ou “momentos” de vídeos de basquete. O projeto, que já ultrapassou a marca de US$ 400 milhões em volume de negociação, é em grande parte responsável pelo boom de NFTs, essencialmente provas digitais de propriedade rastreáveis em um blockchain. Anteriormente, a Dapper Labs já havia desenvolvido um popular jogo ethereum de itens colecionáveis reproduzíveis chamado CryptoKitties.
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Divulgação 4. Blockchain.com: US$ 300 milhões
Data da oferta: 24 de março de 2021
Rodada de capital de risco: série C
Investidores notáveis: DST Global, Lightspeed Venture Partners, VY Capital
Avaliação pós-oferta: US$ 5,2 bilhões
Avaliação prévia: US$ 3 bilhõesA Blockchain.com fornece uma variedade de serviços de criptomoedas para clientes de varejo e institucionais, mas é mais famosa por suas carteiras digitais sem custo. Ao contrário de outras empresas com serviços equivalentes controladas por terceiros, essas carteiras garantem aos usuários controle total sobre suas chaves privadas que representam a propriedade de ativos em cripto. A empresa com sede em Londres afirma que processou 28% de todas as transações de bitcoin desde 2012.
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Divulgação 5. Bakkt: US$ 300 milhões
Data da oferta: 16 de março de 2020
Rodada de capital de risco: série B
Investidores notáveis: Intercontinental Exchange (ICE), BCG Digital Ventures, PayU
Avaliação pós-oferta: Não disponível
Avaliação prévia: Não disponívelEm fevereiro de 2020, o empreendimento de criptomoedas da ICE – proprietária da Bolsa de Valores de Nova York – anunciou a aquisição da Bridge2 Solutions, fornecedora de programas de fidelidade, para impulsionar a plataforma de varejo de balcão único da Bakkt. Chamado Bakkt App, o serviço permite aos usuários agregar vários ativos digitais, incluindo pontos de fidelidade, programas de recompensa, ativos de jogos e criptomoedas, tudo em uma carteira. Em janeiro, a Bakkt anunciou que iria abrir o capital por meio de uma fusão via SPAC com a VPC Impact Acquisition Holdings por um valor de cerca de US$ 2,1 bilhões. Após o fechamento do negócio no segundo trimestre de 2021, a empresa combinada será listada na Bolsa de Valores de Nova York como Bakkt Holdings, Inc.
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Divulgação 6. Coinbase: US$ 300 milhões
Data da oferta: 30 de outubro de 2020
Rodada de capital de risco: série E
Investidores notáveis: Tiger Global Management, Andreessen Horowitz, Government of Singapore Investment Corporation (GIC), Polychain Capital
Avaliação pós-oferta: US$ 8,04 bilhões
Avaliação prévia: US$ 1,71 bilhãoEm 25 de fevereiro, a maior corretora de criptomoedas dos EUA entrou com um pedido de listagem direta na bolsa de valores Nasdaq. A Coinbase foi avaliada em US$ 68 bilhões, com base nos registros recentes. Em 19 de março, a empresa foi multada em US$ 6,5 milhões pela CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities, da sigla em inglês) por alegações de transações falsas e negociações de lavagem entre 2015 e 2018 em sua plataforma GDAX, posteriormente renomeada como Coinbase Pro. A listagem direta da bolsa está programada para 14 de abril.
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Divulgação 7. Bitmain: US$ 292,7 milhões
Data da oferta: 19 de junho de 2018
Rodada de capital de risco: série B
Investidores notáveis: Sequoia Capital, Coatue Management, China Taijia, Blue Lighthouse Services
Avaliação pós-oferta: US$ 12 bilhões
Avaliação prévia: US$ 100 milhões -
Divulgação 8. Hangzhou Qulian Technology: US$ 235 milhões
Data da oferta: 4 de junho de 2018
Rodada de capital de risco: série B
Investidores notáveis: Xinhu Zhongbao Company, China Gaoxin Investment Group, State Development and Investment Corporation
Avaliação pós-oferta: US$ 470,25 milhões
Avaliação prévia: US$ 40,33 milhõesA Qulian Technology fornece produtos blockchain para as principais organizações e instituições da China, incluindo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, a Administração Estatal para Regulação do Mercado, a Rede Estadual e governos locais. Sua plataforma de serviço aberto e personalizado de blockchain BaaS, a FiLoop, é usada por alguns dos maiores bancos da China, incluindo o China Construction Bank, o Agricultural Bank of China e o China Merchants Bank, de acordo com a empresa. Dentre os parceiros da Qulian Technology estão o Google e a Microsoft.
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Divulgação 9. Bithumb: US$ 200 milhões
Data da oferta: 19 de abril de 2019
Rodada de capital de risco: 2° rodada
Investidores notáveis: Vidente, ID Ventures (Coreia do Sul), ST Blockchain Fund
Avaliação pós-oferta: Não disponível, avaliada em US$ 888,27 milhões em janeiro de 2021
Avaliação prévia: US$ 868,42 milhõesEm setembro de 2020, a Agência de Polícia Metropolitana de Seul supostamente invadiu os escritórios de uma das maiores corretoras de criptomoedas da Coreia do Sul por alegações de fraude, ligada a uma venda simbólica de US$ 25 milhões que nunca se materializou e levou a perdas para os investidores.
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Divulgação 10. Ripple Labs: US$ 200 milhões
Data da oferta: 1° de outubro de 2020
Rodada de capital de risco: série C
Investidores notáveis: Tetragon Financial Group, SBI Holdings, Transform Capital, 10X Capital
Avaliação pós-oferta: US$ 10 bilhões
Avaliação prévia: US$ 410 milhões (2016)Em dezembro do último ano, a Ripple Labs e seus principais executivos foram acusados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos de vender US$ 1,3 bilhão de XRP, o ativo nativo da rede de pagamentos desenvolvida pela empresa, como um título não registrado. Seguindo as acusações, várias bolsas e plataformas de negociação, incluindo Coinbase, Binance.US e eToro, retiraram o XRP da lista e suspenderam sua negociação. Em janeiro, a empresa de investimentos Tetragon Financial Group, sediada no Reino Unido, entrou com uma ação judicial para resgatar seu patrimônio na Ripple, mas acabou perdendo o caso. Apesar das consequências, o XRP continua sendo um dos ativos digitais mais negociados.
1. Bitmain: US$ 422 milhões
Data da oferta: 7 de agosto de 2018
Rodada de capital de risco: série B1
Investidores notáveis: Crimson Capital China, Bluebell (Ásia), Jumbo Sheen Group, Lioness Capital, Palace Investment Company, Pavilion Capital
Avaliação pós-oferta: US$ 15 bilhões
Avaliação prévia: US$ 12 bilhões
Fabricante líder mundial de hardware de mineração de bitcoin, a Bitmain também opera a Antpool, um dos maiores bancos de mineração de bitcoin, respondendo por mais de 12% do hash de rede do bitcoin, ou poder computacional. Pouco depois do aumento de capital de US$ 422 milhões, a empresa com sede em Pequim entrou com um pedido de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Hong Kong em setembro de 2018, mas a oferta caiu em meio ao crash do bitcoin e ao esfriamento do mercado.
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