A queridinha da cibersegurança britânica, Darktrace, anunciou planos de abrir o capital na Bolsa de Valores de Londres, após registrar lucro pela primeira vez desde sua fundação em 2013.
No pedido registrado com a LSE (London School of Economics) ontem (12), a empresa reportou lucro pela primeira vez, com US$ 9 milhões de resultado de uma receita de US$ 200 milhões em 2020. Relatórios anteriores estimaram o valor do IPO (Oferta Pública Inicial) em US$ 5 bilhões.
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A Darktrace vende ferramentas movidas a inteligência artificial que varrem os servidores e redes dos clientes para detectar e sinalizar atividades suspeitas. Ela afirma ter 4.700 clientes, que incluem HSBC e BT.
“Nossa intenção de listar na Bolsa de Valores de Londres é um marco importante na história de rápido crescimento da Darktrace e um dia histórico para o próspero setor de tecnologia do Reino Unido”, disse Poppy Gustafsson, presidente-executiva da Darktrace.
“O sucesso da Darktrace foi construído sobre os ombros de gigantes: nossa posição de liderança mundial é um testemunho da força da base científica líder mundial do Reino Unido e da longa história de descobertas matemáticas e invenções de computação, de Charles Babbage e Ada Lovelace a Alan Turing. Temos orgulho de fazer parte dessa tradição de inovação britânica, à medida que o Reino Unido se torna um centro líder global para o desenvolvimento de IA”, comenta Poppy.
Batalha legal em curso
Mas o anúncio ocorre em meio a uma batalha legal em andamento envolvendo Mike Lynch, proprietário da Invoke Capital, maior acionista da Darktrace. Lynch, que ajudou a lançar a Darktrace, enfrenta um processo de extradição para os EUA, onde é acusado de fraude no processo de aquisição de US$ 11 bilhões pela HP da sua antiga empresa de tecnologia, a Autonomy.
O ex-diretor da Darktrace, Sushovan Hussain, já foi condenado por fraude no mesmo caso. O processo de extradição continua. Lynch negou todas as acusações, assim como Hussain, que entrou com um recurso no caso.
Em fevereiro, reportagens do The Times sugeriram que vários investidores potenciais estavam preocupados com as ligações da Darktrace com a Autonomy. O banco de investimentos UBS, contratado para liderar o IPO, deixou a abertura de capital da empresa por preocupações sobre os laços com Lynch.
As alegações de fraude e a influência de Lynch e Hussain causaram preocupação entre a equipe interna da Darktrace, cuja liderança havia trabalhado anteriormente na Autonomy e Invoke, incluindo Gustafsson. Também houve alegações de má conduta sexual na empresa, uma dirigida ao próprio Hussain e outra a um associado próximo em San Francisco. (A representação legal de Hussain se recusou a comentar as alegações em solicitação anterior da Forbes, enquanto seu colaborador negou qualquer comportamento impróprio. O funcionário deixou a empresa e a Darktrace informou que tratou do assunto internamente com Hussain, embora não esteja claro quais ações foram realizadas, já que o Invoke não respondeu às solicitações de comentários.)
O IPO deve trazer maior clareza sobre as finanças da empresa e sua propriedade, e mais fiscalização de investidores que provavelmente vão querer saber que estão apoiando não apenas uma empresa de sucesso, mas uma companhia que não estará envolvida em controvérsias públicas, como as que envolveram a Autonomy.
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